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A tragédia do Leste Europeu

Como a política das zonas de influência amplia o reacionarismo

Por Taras Bilous[i] | Revista Spectre, 03.08.22 | Trad. UniNômade

A esquerda deveria apoiar a divisão do mundo em zonas de influência imperialistas? Um ano atrás, somente ao ser colocada essa questão já me causaria surpresa, uma vez que a resposta parece óbvia: claro que não. Infelizmente, a aparente simpatia pela agressão russa contra a Ucrânia por muitos na esquerda ocidental mostrou que não é tão óbvia.

Depois que a invasão russa da Ucrânia começou, Susan Watkins na prática apoiou o desejo de Putin de dividir a Europa em zonas de influência entre a Rússia e os Estados Unidos, em um editorial da revista New Left Review. Logo depois de minha resposta à Watkins, a política das zonas de influência foi apoiada por Branko Marcetic em um artigo para a revista Current Affairs. Nele, Marcetic comparou a atual resposta norte-americana à invasão russa da Ucrânia à cautela com que o governo Eisenhower reagiu à supressão da revolução de 1956 na Hungria pela União Soviética. Marcetic se queixou que “durante o conflito, a sensibilidade de Washington e dos aliados quanto ao delicado balanço europeu de forças, e a sua preocupação em não parecer estar se imiscuindo demais na zona de influência do adversário, hoje são enquadradas como reacionárias.”

Talvez vivendo em estados imperialistas ricos, não seja fácil entender por que a divisão em zonas de influência é algo ruim. No entanto, mesmo que não perceba, Marcetic levantou uma questão importante: a ligação entre a política soviética de zonas de influência na Europa e a virada à direita nas sociedades pó-socialistas, culminando na agressão russa contra a Ucrânia.

Dois status quo

Não é o propósito deste texto discutir as muitas insuficiências do artigo de Marcetic. Mas antes de ir ao ponto principal, vale a pena apontar algumas de suas falhas. O autor ignora a diferença principal entre os conflitos que ele compara: enquanto a Hungria era, de fato, pertencente à zona de influência soviética, a Ucrânia pós-soviética não é nem nunca foi da zona de influência da Federação Russa. Claro, o Kremlin acredita que a Ucrânia deveria ser um território vassalo e controlado, porém, na realidade, mesmo o mais pró-Rússia dos presidentes ucranianos, Viktor Yanukovych, às vezes colidiu com a Rússia e negociou o Acordo de Associação com a União Europeia.

A Guerra Fria terminou em acordos que reverteram as divisões anteriores da Europa em zonas de influência. Alguns leitores poderiam argumentar que havia uma promessa informal em não expandir a OTAN na direção leste. Mas este acordo não dizia respeito a zonas de influência. Além disso, esta promessa não se referia à cooperação militar entre estados do Leste Europeu e os EUA. A Ucrânia, também, vinha desenvolvendo cooperação militar com os EUA praticamente desde a independência, assim como com a Rússia entre 1991 e 2008. Afinal, a promessa de não expandir a OTAN foi feita à liderança não da Rússia, mas de um estado há muito defunto, a União Soviética, o qual incluía não apenas a Rússia, como também a Ucrânia.

Isto revela uma semelhança importante, mas não óbvia, entre as abordagens de Eisenhower e Biden: nenhum dos dois ousou violar o status quo. Mas se, no primeiro caso, isto significou convergir com a União Soviética, no outro significou o oposto: não reconhecer a divisão em zonas de influência. Quando, em dezembro de 2021, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou minutas dos tratados com os Estados Unidos e a OTAN, os EUA responderam apresentando contrapropostas a respeito do controle de armas que atendiam aos interesses de segurança da Rússia; porém, quanto à exigência principal da Rússia por divisão das zonas de influência na Europa, os EUA recusaram.

Isto mostra o quão inadequada é a comparação de Marcetic. Cada caso é único, e para uma comparação produtiva, temos de analisar tanto as semelhanças quanto as diferenças. Poderíamos desconsiderar muitas diferenças que não são importantes ao problema em análise. Mas o fato que a Ucrânia não pertenceu – e não pertence – à zona de influência da Rússia é uma distinção importante que não pode ser esquecida. Pois implica um impacto direto no comportamento dos governos e nos desdobramentos que seguem.

Marcetic ignora o quão cautelosa foi a abordagem do governo Biden e continua sendo. Tal como Eisenhower, mesmo antes da invasão russa, Biden rejeitou a ideia de enviar tropas norte-americanas à Ucrânia e constantemente reiterou que os EUA não deveriam entrar em guerra com a Rússia. A diferença de políticas entre Biden e Einsenhower, contudo, se deveu largamente às circunstâncias distintas e ao comportamento dos governos húngaro e ucraniano. Enquanto, em 1956, Imre Nagy rejeitou a intervenção militar ocidental e pediu à ONU reconhecer a neutralidade da Hungria, Volodymyr Zelensky rejeitou a ideia de uma neutralidade ucraniana antes da invasão. Depois que a guerra em vasta escala começou, Zelensky não apenas regularmente vem demandando mais armas, como também pediu à OTAN que fechasse os céus sobre a Ucrânia.

Então, no caso da Ucrânia hoje, a questão correta é a seguinte: os EUA fizeram a coisa certa em rejeitar a proposta de dividir a Europa em zonas de influência? A resposta a essa questão deve levar em conta não apenas as consequências diretas da guerra, como também as consequências de longo prazo dos arranjos. E ao fazê-lo, não seria irrazoável considerar as consequências da última divisão da Europa em zonas de influência, o que ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial.

A comparação húngara

A peculiaridade da reação dos países ocidentais à Revolução Húngara em 1956 foi que não somente recusaram prestar assistência militar, como também estavam receosos de manifestar um apoio político substantivo aos revolucionários. Poderia desta maneira a Revolução Húngara ter sido salva? Talvez nós saberemos a resposta à questão quando os arquivos russos forem finalmente desclassificados. Ainda assim, com bem maior confiança, podemos responder outras questões cruciais. Poderia a política da URSS para os satélites do Leste Europeu ter sido mais cautelosa, se a comunidade internacional tivesse reagido mais duramente à supressão da Revolução Húngara? Teria sido possível salvar a Primavera de Praga? As respostas a estas últimas questões provavelmente são mais afirmativas do que a primeira.

A vitória ou supressão de uma revolução afeta mais do que apenas os países em que aconteceu. A Revolução Cubana alastrou movimentos revolucionários na América Latina e pelo mundo. Tivesse os EUA a suprimido, os “turbulentos anos 60” talvez parecessem bem diferentes. Talvez isto não aconteça, exatamente por que a URSS não reconheceu a América Latina como zona de influência dos Estados Unidos. Ao contrário de Eisenhower, Nikita Khrushchev defendeu a revolução cubana e colocou o mundo sob o risco de guerra nuclear, mas com isso ele pode ter salvo aquela revolução. Tivesse a Revolução Húngara não sido suprimida, os anos 60 poderiam ter sido bem mais turbulentos no Leste Europeu. Infelizmente, isto não aconteceu, e depois da supressão da Primavera de Praga, começou uma virada gradual à direita (reforçada pela virada neoliberal no mundo capitalista) no dito “Segundo Mundo”. Círculos dissidentes na URSS e nos seus satélites gradativamente se deslocaram de posições socialistas a posições liberais e conservadoras, e sentimentos nacionalistas se fortaleceram nessas sociedades. A estratégia delineada por Henry Kissinger de reforçar a soberania dos estados comunistas do Leste Europeu durante o período de détente, que ele promoveu na esperança que poderia levar à finlandização desses países (ainda que ele estivesse errado), também contribuiu até certo ponto para a virada conservadora.

O resultado da supressão das revoltas no Leste Europeu foi que, quando a necessidade de renovar o “socialismo real” se tornou aparente inclusive para o Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética, já era tarde demais. As novas revoluções provocadas pela perestroica não mais conduziam ao “socialismo com uma face humana”, mas ao neoliberalismo. As subsequentes “terapias de choque” iniciadas pelo Ocidente, por sua vez, desencadearam tendências ainda mais reacionárias pelas sociedades pós-soviéticas. O ápice desse processo foi a transformação do regime de Putin, que não apenas se voltou à expansão territorial agressiva, como, nas palavras de Volodymyr Artiukh, começou a formar uma “Santa Aliança” anti-revolucionária – bastante parecida com o que a Rússia czarista fez no século XIX.

A divisão do mundo em zonas de influência pelo Kremlin busca consolidar a dominação pelas grandes potências. Também mina a habilidade de movimentos revolucionários e pequenos países explorarem as contradições entre eles. De muitas maneiras, é essa política que torna a democratização e a renovação do “socialismo real” impossíveis, com o resultado que o neoliberalismo, o conservadorismo e o nacionalismo venham a dominar o espaço pós-soviético.

A ONU e as zonas de influência

 A divisão da Europa em zonas de influência depois da II Guerra Mundial teve consequências negativas – e não apenas para aqueles países que se encontravam na esfera soviética. Do outro lado da Cortina de Ferro, a principal vítima foi a Grécia, onde tropas anglo-americanas, junto com colaboradores antigos, começaram a exterminar guerrilheiros antifascistas e pró-comunistas. Além disso, a URSS não apenas concordou em permitir que a Grécia caísse sob a esfera de influência britânica, como também ativamente usou este acordo para fortalecer a sua dominância no Leste Europeu. Como o historiador Geoffrey Roberts escreveu, “Stálin e Molotov nunca cansaram de desviar as queixas anglo-americanas sobre a exclusão da influência ocidental do Leste Europeu, apontando para a paciência soviética em relação à Grécia”.

Mas haveria uma alternativa melhor do que a política de zonas de influência depois da Segunda Guerra Mundial? O fato mais paradoxal sobre a história da formação da ordem internacional depois da guerra é que os representantes da URSS foram os que mais insistiram na divisão em zonas de influência. Isto aconteceu apesar do fato que a própria emergência da URSS esteja estreitamente ligada às esperanças por uma revolução global, e que seus líderes tenham proclamado a si próprios como seguidores de Lênin, um crítico agudo de todos os aspectos da diplomacia de bastidor, inclusive da própria ideia de zonas de influência. Além disso, para a URSS, as tentativas de dividir a Europa em zonas de influência com o Reino Unido e os Estados Unidos foi uma continuação lógica dos acordos preliminares com o Terceiro Reich, que tanto Moscou quanto as democracias ocidentais mantinham antes da guerra.

Diferente de Stálin, o governo Roosevelt se opôs às zonas de influência. Isto foi amplamente graças a alguns funcionários do Departamento de Estado dos EUA, como Leo Pasvolsky, que promoveu uma visão universalista da ONU enquanto organização internacional centralizada, uma que pudesse se livrar das zonas de influência. Além disso, como Peter Gowan comenta, “Pasvolsky – depois de dar o passo em falso de lembrar ao chefe que os japoneses descreveram a sua própria Esfera de Co-Prosperidade como sendo a Doutrina Monroe para a Ásia – foi tão longe quanto observar que “se nós pedirmos por privilégios, todos irão”, o que iria “pressionar os soviéticos a formar um bloco próprio, uma perspectiva a ser frustrada”. Roosevelt era simpático a essas considerações.

Depois da morte de Roosevelt e a derrota da Alemanha, a política dos EUA sobre o assunto mudou. Mas é possível que a posição rooseveltiana sobre as zonas de influência tenha salvado pelo menos um país de ser ocupado pelos soviéticos: a Finlândia. Milovan Djilas escreveu nas suas memórias que Stálin chamou a não-ocupação da Finlândia de erro, porque “nos preocupamos demais com os americanos, e eles não teriam levantado um dedo.” [1]

O projeto de Roosevelt (ou melhor, Pasvolsky) falhou e, em vez disso, o confronto entre os aliados anteriores intensificou, iniciando a Guerra Fria. Mas vale prestar atenção a quem do lado Americano era mais culpável. Primeiro, havia o setor reacionário do Departamento de Estado, lidando com assuntos da América Latina sob Nelson Rockefeller. Ele tentou manter a hegemonia norte-americana na América Latina e, para tal fim, pressionou por mudanças na Carta da ONU. Como Peter Gowan apontou, John Foster Dulles depois disse a Rockefeller, “Se vocês amigos não tivessem feito isso, nós nunca teríamos tido a OTAN”.

Em segundo lugar, um papel substantivo foi exercido pelo fato que depois da morte de Roosevelt, ele foi sucedido por Truman que, apesar de sua imagem e política mais anticomunista, estava muito mais disposto a aceitar a zona de influência soviética sobre a Europa. Novamente, citando Peter Gowan:

“Para citar o nó górdio sobre o escopo dos poderes de veto, ele despachou Harry Hopkins a Moscou com instruções de deixar claro que ‘Polônia, Romênia, Bulgária, Tchecoeslováquia, Áustria (sic), Iugoslávia, Letônia, Lituânia, Estônia et al (re-sic), não fazem nenhuma diferença para os interesses americanos’ – acrescentando, com um cinismo que supera qualquer outro de Roosevelt, que ‘uma eleição na Polônia poderia ser tão livre quanto a de Tom Pendergast em Kansas City ou de Boss Hague em Chicago.’” [NT. Pendergast e Hague foram políticos mafiosos americanos que converteram as respectivas cidades em currais eleitorais]

Isto significou o sucesso da estratégia de Stálin. Como os Estados Unidos eram contra as zonas de influência, a União Soviética inicialmente estabeleceu a dominância no Leste Europeu ocupado e então forçou os Aliados a concordarem com o estado de coisas atual. E para isto Stálin usou não apenas o exemplo da Grécia, como também a política dos aliados para a Itália. Os EUA e o Reino Unido tinham apenas atribuído uma função consultiva à Comissão de Controle e Assessoria Consultiva tripartida, estabelecida por iniciativa soviética. Então, os aliados foram os primeiros a dar uma amostra da política para os territórios ocupados: quem quer que os ocupasse é quem tomava as decisões. Stálin rapidamente concordou com a filiação de facto da Itália à zona de influência anglo-americana e deu-lhes carta branca para pôr fim ao governo de coalizão de Ivanoe Bonomi, se eles assim desejassem. [NT. Primeiro-ministro da fração libertada da Itália, entre dezembro de 1944 e junho de 1945, era do Partido Socialista Democrático]

Ao mesmo tempo, é bastante indicativo que o curto período de competição entre aliados por influenciar a Itália melhorou a situação do país. Os passos diplomáticos da URSS, incluindo o reconhecimento oficial do primeiro governo pós-fascista de Pietro Badoglio, forçou o Reino Unido a mudar as suas políticas para a Itália. Defrontada com o prospecto de uma influência soviética crescente e do sentimento comunista no país, Churchill recusou um plano de converter a Itália do pós-guerra em país pobre sob a hegemonia britânica. Churchill se viu constrangido a concordar com Roosevelt sobre a necessidade de assistência econômica à Itália e de sua restauração como um estado independente. Algo similar poderia acontecer no Leste Europeu, especialmente na Polônia, cuja independência os EUA e o Reino Unido tentaram proteger. Mas os EUA mesmo minaram sua oposição à política das zonas de influência, ao alienar a URSS dos processos decisórios relativos à Itália.

O projeto da ONU de Roosevelt era bem mais democrático. Ele vislumbrava um papel menor à Assembleia Geral da ONU, com alguns “policiais mundiais” decidindo a maior parte dos assuntos. Apesar disso, era bem mais progressista do que o advogado por Stálin e Churchill. Mas graças à política reacionária do governo Roosevelt, depois da morte do último, a abordagem das zonas de influência prevaleceu nos EUA – uma abordagem bastante favorável aos interesses imperialistas americanos.

Vimos algo parecido antes da invasão russa na Ucrânia, e continuamos a ver agora: a seção mais reacionária da classe dominante americana, exemplificada por Donald Trump e Tucker Carlson, está pronta em concordar com Putin sobre a divisão das zonas de influência. Antes da invasão, Branko Marcetic escreveu que Tucker Carlson estava “completamente certo” em “questionar o valor estratégico ucraniano para os Estados Unidos.”

A Ucrânia

 O que teria acontecido se os EUA tivessem reconhecido o pertencimento da Ucrânia à zona de influência da Federação Russa no momento da invasão de 2022? Talvez se os governos ocidentais tivessem deixado claro aos ucranianos que eles não deveriam esperar nenhum tipo de apoio significativo vindo do Ocidente, isso teria forçado Zelensky a adotar uma política mais cautelosa e a potencialmente transigir. Afinal de contas, outrora, a percepção que o Ocidente não os protegeria de uma possível ocupação soviética tinha sido um dos fatores-chave que induziu os finlandeses, depois de duas guerras, a concordar em submeter a sua política externa à URSS.

Em primeiro lugar, vale a pena notar que mesmo se a Ucrânia tivesse concordado com a “finlandização”, as suas consequências teriam sido bem diferentes daquelas para a Finlândia – sobretudo, porque a Rússia moderna é um estado capitalista com um regime autocrático reacionário, e não a União Soviética. Em segundo lugar, na minha visão, os EUA aceitando a divisão em zonas de influência com a Rússia não teria trazido a paz. Dada a competição política e o sentimento público – a maior parte dele, de uma forma ou de outra, opondo-se às demandas russas – seria improvável que Zelensky tivesse concordado com concessões sérias. E mesmo que tivesse concordado, o Parlamento não teria aprovado essas concessões; na melhor das hipóteses, isso teria levado a novas eleições que viriam a ser decisivamente vencidas por forças mais nacionalistas. A fim de prevenir a guerra em curso, mudanças no relacionamento entre a Ucrânia e o Ocidente teriam de ter ocorrido bem antes – e não nos meses anteriores à invasão.

Se os Estados Unidos tivessem oficialmente concordado que a Ucrânia é parte da zona de influência russa, poderiam ter encorajado a classe dominante russa a agir mais assertivamente, e Putin ousado invadir a Ucrânia apesar da pressão americana. Então, o que poderia preveni-lo de tentar repetir as ações soviéticas na Hungria, no caso de os EUA tivessem prometido a não prover assistência militar à Ucrânia? Assim como durante a Guerra Fria, o resultado de longo prazo dessa divisão em zonas de influência teria sido um aumento da reação. Isto inclui fortalecer o regime de Putin na Rússia e resistir à ocupação russa, na qual a extrema-direita provavelmente deve ganhar hegemonia na Ucrânia.

A guerra russo-ucraniana põe um fim ao período pós-soviético. A natureza do período emergente, inclusive seu momento atual, será decidida no campo de batalha. Se a Ucrânia vencer, vamos finalmente ter uma chace para mudanças progressistas não somente na Ucrânia, como também no mais amplo espaço pós-soviético. Se a Rússia vencer, nas próximas décadas o Leste Europeu vai afundar num inferno cada vez maior de reação.

NOTAS DO AUTOR

[1] – Curiosamente, a edição em língua inglesa das “Conversações com Stálin” não inclui essas palavras. Cito a primeira edição russa (1992), traduzida do sérvio-croata e publicada numa coleção de seus textos. Djilas M. (1992). Litso totalitarisma [A face do totalitarismo]. Moscow: Novosti. p. 111. Джилас М. (1992). Лицо тоталитаризма. Москва: Изд-во «Новости», С. 111.

[i] Taras Bilous é um historiador ucraniano e editor do Commons: Journal of Social Criticism. Ele também é um ativista da organização Movimento Social.

 

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