Por Simon Pirani | Em New Politics, 15/02/23 | Trad. Fabrício Toledo de Souza
—
A alegação de que o gasoduto Nord Stream foi explodido por forças especiais dos EUA, feita em 10 de fevereiro de 2023i pelo jornalista investigativo Seymour Hersh, está sendo usada para reforçar narrativas falsas sobre a culpabilidade da Rússia pela guerra na Ucrânia.
Em 26 de setembro do ano passado, explosões danificaram três dos quatro gasodutos da Nord Stream, que correm sob o Mar Báltico, da Rússia à Alemanha, e enviaram uma grande nuvem de metano para a atmosfera. A Rússia culpou os Estados Unidos. A mídia ocidental suspeitava da própria Rússia de sabotagem.
O gás russo foi transportado para a Alemanha através do primeiro par de gasodutos, Nord Stream 1, de 2012 até três semanas antes das explosões.
A construção do segundo par de gasodutos, Nord Stream 2, foi concluída em 2021, mas a autorização para usá-los foi negada pela Alemanha em 22 de fevereiro do ano passado, em resposta aos preparativos da Rússia para invadir a Ucrânia.
Nos sete meses até as explosões, as potências ocidentais impuseram sanções à Rússia em resposta à invasão. O Kremlin determinou retaliações ordenando à Gazprom, a holding estatal de gás, que reduzisse as exportações de gás para a Europa e efetivamente destruísse um negócio que passou mais de trinta anos construindo.
Não sei quem explodiu os gasodutos. Mas aqui mostrarei que
(i) as alegações de Hersh sobre o efeito e o propósito da sabotagem são factualmente incorretas,
(ii) seu relato da preparação para a explosão omite boa parte da história e é grosseiramente enganoso, e
(iii) a sua explicação para a motivação dos EUA é imperfeita e sua deficiência para examinar a motivação da Rússia é unilateral.
O efeito e propósito da sabotagem
Hersh sugere que os gasodutos Nord Stream forneciam à Alemanha gás russo barato que não poderia ser obtido de outra forma e que, ao explodi-los, os Estados Unidos deixaram a Rússia sem uma importante fonte de receita para o gás.
Isso é menos da metade da verdade. De fato, os gasodutos fazem parte de um sistema maior de transporte de gás que o fornecia à Alemanha e a outros países europeus durante décadas antes da explosão – e poderia ter continuado a fazê-lo depois, não fosse o fato de que, presumivelmente por ordem do Kremlin, a Gazprom cessou o abastecimento.
Hersh afirma que, com o Nord Stream,
Putin teria agora uma importante fonte de renda adicional e muito necessária, e a Alemanha e o resto da Europa Ocidental se tornariam viciados em gás natural de baixo custo fornecido pela Rússia – enquanto diminuía a dependência europeia da América. Na verdade, foi exatamente isso que aconteceu.
Essas afirmações são factualmente incorretas.
Primeiro, a Alemanha e outros países europeus tornaram-se cada vez mais dependentes das importações de gás russo ao longo dos anos 1990, 2000 e 2010 – mas essa dependência foi produzida por uma série de fatores, entre os quais a abundância e o baixo custo de entrega de suprimentos russos. Mas a oferta nunca foi limitada pela capacidade do gasoduto, e a construção do Nord Stream não fez com que os países europeus se tornassem “viciados” no gás russo.
Em segundo lugar, não havia “dependência” europeia do gás dos Estados Unidos e, portanto, o Nord Stream não poderia diminui-la. Os EUA não começaram a exportar gás natural liquefeito (GNL) até 2016, quatro anos após o início das operações do Nord Stream. Mesmo em 2021, depois de aumentar acentuadamente suas exportações para a Europa, os EUA forneciam menos de um vigésimo do gás do continente.
Em terceiro lugar, o gasoduto Nord Stream não forneceu “receita adicional” para a Rússia. Acrescentou capacidade ao sistema de gasodutos. Suas vantagens foram (i) ser uma rota mais direta dos novos campos de gás de Yamal para a Alemanha e (ii) reduzir a dependência da Gazprom em transitar pela Ucrânia, um objetivo estratégico desde meados dos anos 2000.
Quarto, o gás que passava pelo Nord Stream não era especialmente “barato”. A maior parte era precificada em contratos de longo prazo vinculados ao preço do petróleo (portanto, quando os preços do petróleo estavam altos, era muito caro) e alguns volumes estavam vinculados aos preços do gás no mercado europeu. O preço nunca dependeu do gasoduto utilizado.
Hersh escreve:
Nord Stream 1 era perigoso o suficiente, na opinião da OTAN e de Washington, mas o Nord Stream 2, cuja construção foi concluída em setembro de 2021, se aprovado pelos reguladores alemães, dobraria a quantidade de gás barato que estaria disponível para a Alemanha e Europa ocidental.
Isso é factualmente incorreto.
O Nord Stream 2 não faria diferença na quantidade de gás, ou na quantidade de gás russo, disponível para a Alemanha ou qualquer outro lugar. Teria apenas dado alguma vantagem comercial à Gazprom, permitindo-lhe trazer mais gás para a Alemanha através de uma rota mais curta, uma rota não ucraniana.
Esses detalhes importam porque Hersh dá a impressão de que, ao colocar o gasoduto fora de ação, quem o explodiu deu um grande golpe no comércio de gás russo-alemão e nas finanças da Gazprom.
Essa impressão é completamente falsa.
Porque no momento das explosões, nem o Nord Stream 1 nem o Nord Stream 2 estavam em uso. Por três semanas e meia antes das explosões, nenhum gás havia sido transportado pelo Nord Stream 1. Isso foi resultado de decisões políticas russas.
Em junho do ano passado, a Gazprom reduziu os fluxos via Nord Stream para menos da metade do nível usual. Em julho, o gasoluto parou para a sua habitual manutenção anual. Então, a Gazprom declarouii retroativamente “força maior” – uma declaração aos seus parceiros comerciais de que era incapaz de fornecer gás devido a fatores fora de seu controle.
Gráfico 1 – Fluxo de gas pelo gasoduto Nord Stream 1 – Janeiro a Outubro de 2022 em kWh/dia
O gráfico, obtido dos sites da empresa, mostra a redução dos fluxos de gás via Greifswald, onde o gasoduto Nord Stream chega à Alemanha.
Em agosto, um mês antes das explosões, o pesquisador Jack Sharples explicou em detalhesiii como a redução dos fluxos fazia “parte de um declínio mais amplo no fluxo físico do gás dutoviário russo”. No ano anterior, 2021, a Gazprom não havia reabastecido suas instalações de armazenamento na Europa como normalmente fazia. Durante o inverno de 2021-22, apesar dos preços altos, não ofereceu volumes nos mercados à vista europeus.
Após a invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e a imposição de sanções ocidentais, a Gazprom exigiu o pagamento do gás em rublos, apesar dos contratos estabelecerem preços em dólares ou euros. A Rússia impôs suas próprias sanções ao gasoduto Yamal-Europa através da Polônia.
Esta “auto-sanção” – deixar de fornecer gás, incluindo volumes que era contratualmente obrigado a entregar – foi um ato espetacular de automutilaçãoiv, destruindo efetivamente um negócio que a Gazprom, e antes dela, o ministério soviético de petróleo e gás, haviam trabalhado para desenvolver desde a década de 1980.
O corte de gás, ordenado pelo Kremlin, mais uma vez subordinouv os interesses dos negócios russos à aventura militar do Estado. É uma característica fundamental da crescente tensão entre a Rússia e as potências ocidentais. Mas não é mencionado nenhuma vez no artigo de Hersh.
A preparação para as explosões
A construção do Nord Stream 2 foi disputada entre as potências ocidentais. Hersh se refere a uma coletiva de imprensa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do chanceler alemão, Olaf Scholz, em 7 de fevereiro de 2022, onde Biden disse: “Se a Rússia invadir … não haverá mais um Nord Stream 2. Vamos acabar com isso.”
Esta é uma citação seletiva, na melhor das hipóteses.
Biden estava respondendo à pergunta: “você recebeu garantias do chanceler Scholz de que a Alemanha encerrará este projeto se a Rússia invadir a Ucrânia?” Todos na sala entenderam, e qualquer um que assistir ao clipe verá, que esta é uma conversa sobre se os Estados Unidos poderiam convencer a Alemanha a rejeitar o projeto.
E no dia 22 de fevereiro foi o que aconteceu. O Kremlin reconheceu formalmente as “repúblicas populares” de Donetsk e Luhansk – o sinal mais claro de que pretendia invadir a Ucrânia – e Scholz anunciouvi que a aprovação alemã para Nord Stream foi retirada. Isso significava que o gasoduto não poderia ser usado no futuro próximo.
Qualquer relato sério do que levou às explosões teria que explicar essa inversão vital da política alemã. Hersh não menciona isso.
Na verdade, ele cita sua única fonte – uma pessoa não identificada “com conhecimento direto do planejamento operacional” para explodir o gasoduto – dizendo que, ao falar publicamente sobre interromper o Nord Stream 2, Biden estava entregando o jogo. Hersh escreve:
Vários dos envolvidos no planejamento da missão do gasoduto ficaram consternados com o que consideraram referências indiretas ao ataque. […] A […] indiscrição de Biden, se é isso que foi, pode ter frustrado alguns dos planejadores. Mas também criou uma oportunidade [porque a operação não precisa mais ser classificada como secreta].
Esse tipo de jornalismo é absurdamente unilateral.
O que essas figuras sombrias pensaram quando Scholz anunciou – três semanas após a coletiva de imprensa e sete meses antes da explosão – que o Nord Stream 2 era um “defunto”? Como eles reagiram quando a Gazprom parou de usar o Nord Stream 1? Hersh não conta a seus leitores, porque nem mesmo se refere a esses pontos decisivos da história.
O anúncio de Scholz em 22 de fevereiro – uma mudança pública e política de opinião que congelou o Nord Stream 2 – foi o ponto culminante de uma complexa cadeia de eventos, na qual a agressão militar da Rússia contra a Ucrânia afetouvii a o comércio de gás.
Quando a Rússia e a Ucrânia seguiram seus caminhos pós-soviéticos na década de 1990, a dependência da Rússia em relação à Ucrânia para transportar seu gás para a Europa e a dependência da Ucrânia em relação às importações de gás para uso próprio foram fontes de tensão sem fim. Isso culminou na “guerra do gás” de janeiro de 2009, quando os suprimentos com destino à Europa foram cortados por duas semanas.
Em 2014, quando o aliado da Rússia, Viktor Yanukovich, foi derrubado na Ucrânia e a Rússia interveio militarmente para apoiar os separatistas do leste ucraniano, essas tensões aumentaram. Os planos para construir o Nord Stream 2, arquivados por razões comerciais em 2011, foram revividos em 2015 com a participação de empresas petrolíferas ocidentais. As sanções ocidentais contra a Rússia, impostas após a anexação da Crimeia, foram tímidas, mas em 2017 foram suficientes para convencer essas empresas a se retirarem ou a manterem o projeto à distância.
Nessa época, pesquisando esses eventos como pesquisador sênior do Oxford Institute for Energy Studies, contestei a visão dominante ocidental de que tudo poderia ser explicado em termos de a Rússia usar o gás como uma “arma de energia”; Eu acreditava que a estratégia da Gazprom refletia motivos econômicos, bem como os imperativos políticos do Kremlin. Mas com o passar do tempo, o último tornou-se mais forte. (Veja, por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui.)viii
Do lado americano, houve mais conversa do que ação sobre as sanções ao Nord Stream 2 durante a presidência de Trump (2017-21), e parecia que a Gazprom, pressionando independentemente, produziria um fato consumado que a Alemanha aceitaria.
Quando a equipe de Biden chegou à Casa Branca, procurou colocar um limite no assunto. O governo dos Estados Unidos, como a Alemanha, desconfiava da Rússia, mas estavam prontos a fazer concessões. Em maio de 2021, as sanções foram retiradas.
Hersh chama isso de “reviravolta impressionante”. Na verdade, foi uma continuação lógica da abordagem das potências ocidentais: conter e usar o Kremlin – não destruí-lo. Em julho de 2021, Alemanha, Estados Unidos e Ucrânia chegaram a um acordo de que, enquanto o gasoduto fosse adiante, as potências ocidentais forneceriam fundos para reformas do setor de energia na Ucrânia.
Este acordo estabelece:
Se a Rússia tentar usar a energia como arma ou cometer novos atos agressivos contra a Ucrânia, a Alemanha tomará medidas em nível nacional e pressionará por medidas efetivas em nível europeu, incluindo sanções, para limitar a capacidade de exportação russa para a Europa no setor de energia, incluindo gás, e/ou em outros setores economicamente relevantes. Este compromisso é projetado para garantir que a Rússia não faça mau uso de qualquer gasoduto, incluindo o Nord Stream 2, para atingir fins políticos agressivos usando a energia como uma arma.
No entanto, Hersh afirma que o governo dos EUA estava “tropeçando” e optou por um plano ultrassecreto para explodir o gasoduto.
Como ele explica o acordo de julho de 2021? Ele não menciona isso.
Possíveis motivações dos EUA e da Rússia
Em setembro do ano passado, a Alemanha, de acordo com o acordo, havia bloqueado o uso do Nord Stream 2. A Gazprom havia parado de usar o Nord Stream 1. Nenhum gás estava fluindo pelos gasodutos. A parceria econômica entre a Alemanha e a Rússia estava em ruínas.
Qual, então, poderia ser o motivo dos EUA para explodir o gasoduto?
Não tenho conhecimento especializado sobre a formulação de políticas dos EUA. Posso especular que, talvez, alguém nos Estados Unidos tenha procurado aprofundar essa brecha germano-russa. Talvez elementos desonestos nas forças armadas dos EUA tenham se adiantado. De qualquer maneira, seria em grande parte como fechar a porta com força depois que o cavalo já fugiu – e potencialmente causar grande dano à Alemanha, o principal parceiro dos Estados Unidos na Europa.
Mas os motivos mais ambiciosos sugeridos por Hersh – acabar com a dependência alemã do gás russo barato, impedir que o Nord Stream 2 fosse usado para dobrar o fornecimento desse gás, etc. – simplesmente não estão de acordo com os fatos.
Hersh escreve que, após a explosão, a mídia dos EUA sugeriu que a Rússia pode ter sido responsável,
mas sem nunca estabelecer um motivo claro para tal ato de auto-sabotagem, além de simples retribuição. […]
Embora nunca tenha ficado claro por que a Rússia tentaria destruir seu próprio gasoduto lucrativo, uma justificativa mais reveladora para a ação do presidente [para ordenar que fosse explodido] veio do secretário de Estado [Anthony] Blinken [que em uma coletiva de imprensa descreveu a “crise energética” na Europa como “uma tremenda oportunidade para remover de uma vez por todas a dependência da energia russa”, etc.]
Isso é jornalismo pobre e parcial.
A explosão ocorreu após a mudança mais significativa na política de exportação de gás da Rússia, ou seja, sua decisão, a partir de 2021, de reduzir as exportações para a Europa. Surgiu depois de a Gazprom, contra toda a lógica econômica e em detrimento do seu principal negócio, ter deixado de utilizar o Nord Stream.
Dados esses fatores, um possível motivo russo para explodir o gasoduto está relacionado ao processo de arbitragem que a Gazprom certamente enfrentará dos compradores de seu gás – incluindo a Uniper, uma das maiores, que efetivamente se tornou insolvente no ano passado – por não cumprir o contrato.
A declaração de “força maior” da Gazprom é, à primeira vista, um terreno instável. “Com certeza foram vocês que, em junho, reduziram os volumes?”, podem questionar os advogados dos compradores.
Qualquer acordo de arbitragem pode considerar os volumes que a Gazprom foi obrigada a entregar, estendendo-se para um futuro distante. Uma defesa que se referia a um grande gasoduto fora de ação pode ser mais forte.
Um gasoduto da Gazprom foi explodido antes para resolver uma disputa comercial, no Turcomenistão em 2009. (Veja este artigo, páginas 80-81, para obter detalhesix.) E desde 2014 o Kremlin manteve uma estratégia que prejudicou aspectos das relações econômicas externas da Rússia, a fim de prosseguir a sua aventura militar na Ucrânia. Portanto, uma decisão economicamente ilógica de destruir o gasoduto, tomada em tempo de guerra, não é inconcebível.
Repito: não sei quem explodiu o gasoduto. Pode ter sido um terceiro, não os Estados Unidos nem a Rússia. Ou qualquer um deles poderia ter feito isso com o objetivo de culpar o outro lado.
Mas apresentar, como certos, motivos dos EUA que não estão de acordo com os fatos – enquanto nega a possibilidade de que possa haver motivos russos – não é jornalismo. É mais como propaganda.
Evitando teorias da conspiração
O Kremlin justificou seu ataque à Ucrânia alegando que a soberania russa foi ameaçada pela “expansão da OTAN” e os “esquerdistas” nos países ocidentais adotaram esse tema de propaganda – que os EUA e seus aliados, e não o governo russo, são culpados pela agressão russa.
Isso se encaixa em uma visão simplificada do mundo em que o principal inimigo é o imperialismo dos EUA, e o inimigo do meu inimigo – mesmo que seja um representante autoritário e sanguinário do capital – é meu amigo.
Imediatamente após a explosão do gasoduto, indícios do Kremlin de que os Estados Unidos eram os responsáveis foram amplificadosx nas redes por tais “esquerdistas”, bem como por teóricos da conspiração e oponentes de extrema direita de Biden nos EUA.
Em vez de tratar tais teorias com desconfiança, como qualquer jornalista certamente é obrigado a fazer, Hersh emprestou sua merecida reputação – construída na década de 1970 ao relatar o massacre de My Lai, o bombardeio do Camboja e outros crimes de guerra dos EUA – a tais teorias. E não pela primeira vez.
Em 2014, Hersh negouxi a responsabilidade do regime de Bashar al-Assad por um notório ataque químico em um subúrbio de Damasco. Como a história do Nord Stream, o artigo de Hersh se baseou em uma única fonte não identificada e não fez nenhuma tentativaxii de abordar uma montanhaxiii de evidências circunstanciais que o contradiziam. Em 2017, Hersh ofereceu uma explicação semelhante e de fonte única para outro ataque químico, em Khan Sheikhoun, que foi refutada de forma conclusiva por outros jornalistas (veja aquixiv, aquixv e aquixvi).
Organizaçõesxvii e personalidades de “esquerda” divulgam a história do Nord Stream de Hersh de forma acrítica, porque é o que eles querem ouvir. O dogma supera a investigação. Insinuações e falsas alegações superam a solidariedade com as vítimas da guerra de terra arrasada da Rússia contra as populações, na Síria em 2014 e 2017 e na Ucrânia em 2022-23.
Reformar espaços públicos críticos significa desafiar os “grandes homens” da “esquerda” quando eles oferecem explicações cegas, unilaterais e falsas para as realidades perigosas e incertas que enfrentamos.
Simon Pirani é professor na University of Durham, escreve no blogue peoplenature.org e publicou, entre outras obras, “Burning Up: A Global History of Fossil Fuel Consumption” (2018)
—
Notas do autor:
i HERSH, Seymour. How America took out the Nord Stream pipeline (Fev, 2023) [ https://mronline.org/2023/02/10/how-america-took-out-the-nord-stream-pipeline/]
ii Reuters. Exclusive: Russia’s Gazprom tells European buyers gas supply halt beyond its control (Jul, 2018) [https://www.reuters.com/business/energy/russias-gazprom-declares-force-majeure-gas-supplies-europe-2022-07-18/].
iii SHARPLES, Jack. Falling like dominoes: the impact of Nord Stream on Russia gas flows in Europe [https://www.oxfordenergy.org/publications/falling-like-dominoes-the-impact-of-nord-stream-on-russian-gas-flows-in-europe/].
iv PIRANI, Simon. The Limits of Western Economic War with Russia and the Failure of Climate Policy
(Out, 2022) [https://newpol.org/the-limits-of-western-economic-war-with-russia-and-the-failure-of-climate-policy/].
v PIRANI, Simon. Putin Has Sacrificed Russia’s Economy for This War on Ukraine’s People (Mar, 2021) [https://truthout.org/articles/putin-has-sacrificed-russias-economy-for-this-war-on-ukraines-people/]
vi The Guardian. Germany halts Nord Stream 2 approval over Russian recognition of Ukraine ‘republics’ [https://www.theguardian.com/world/2022/feb/22/germany-halts-nord-stream-2-approval-over-russian-recognition-of-ukraine-republics]
vii PIRANI, Simon. Russia sacrifices economic goals for military aggression (Fev, 2022) [https://www.opendemocracy.net/en/odr/russia-ukraine-nordstream2-economic-goals-for-military-aggression/]
viii Russian Gas: The Next Ten Years (Ago, 2012) [Links: https://www.oxfordenergy.org/wpcms/wp-content/uploads/2012/10/OEF_89.pdf];
After the Gazprom-Naftogaz arbitration: commerce still entangled in politics (Mar, 2019) [https://www.oxfordenergy.org/wpcms/wp-content/uploads/2018/03/After-the-Gazprom-Naftogaz-arbitration-commerce-still-entangled-with-politics-Insight-31.pdf];
Russian gas transit through Ukraine after 2019: the options (Nov,2018) [https://a9w7k6q9.stackpathcdn.com/wpcms/wp-content/uploads/2018/11/Russian-gas-transit-through-Ukraine-after-2019-Insight-41.pdf];
The market takes shape: The Ukrainian gas sector to 2030 (Nov, 2020) [https://a9w7k6q9.stackpathcdn.com/wpcms/wp-content/uploads/2020/11/Insight-77-The-market-takes-shape-the-Ukrainian-gas-sector-to-2030.pdf].
ix PIRANI, Simon. Central Asian and Caspian gas production ant the constraints on export (Dez, 2012) [ https://a9w7k6q9.stackpathcdn.com/wpcms/wp-content/uploads/2012/12/NG_69.pdf].
x ESCOBAR, PEPE. Germany and EU have been handed over a declaration of war (Nov, 2022) [http://thesaker.is/germany-and-eu-have-been-handed-over-a-declaration-of-war/]
xi The Red Line and the Rat Line (Abr, 2014) [ https://www.lrb.co.uk/the-paper/v36/n08/seymour-m.-hersh/the-red-line-and-the-rat-line]
xii AHMAD, Muhammad Idrees. A Dangerous Method: Syria, Sy Hersh, and the Art of Mass-crime Revisionism (Jun, 2014) [https://lareviewofbooks.org/article/dangerous-method-syria-sy-hersh-art-mass-crime-revisionism/]
xiiiHIGGINS, Eliot and KASZETA, Dan. It’s clear that Turkey was not involved in the chemical attack on Syria [https://www.theguardian.com/commentisfree/2014/apr/22/allegation-false-turkey-chemical-attack-syria]
xiv SHEIKHOUN, Khan. The OPCW Just Trashed Seymour Hersh’s Khan Sheikhoun Conspiracy Theory (Jul,2017) [https://www.bellingcat.com/news/mena/2017/07/04/opcw-just-trashed-seymour-hershs-khan-sheikhoun-conspiracy-theory/]
xv MONBIOT, George. A lesson from Syria: it’s crucial not to fuel far-right conspiracy theories [https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/nov/15/lesson-from-syria-chemical-weapons-conspiracy-theories-alt-right]
xvi The Guardian. Syria chemical weapons attack: what we know about deadly air raid [https://www.theguardian.com/world/2017/apr/05/syria-chemical-weapons-attack-what-we-know-khan-sheikhun].
xvii HERSH, Seymour. How America took out the Nord Stream pipeline (Fev,2023) [https://mronline.org/2023/02/10/how-america-took-out-the-nord-stream-pipeline/].