Por Giuseppe Cocco, no facebook, 14/11/2015
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Depois de ontem, rola certa “depressão”. Os nazifundamentalistas do ISIS atacaram os bairros de Paris Leste, os bairros mais jovens, boêmios, livres, mestiços, cheios de imigrantes e atacaram o concerto do Bataclan. É como se um bando de loucos atacasse a Lapa carioca, atirando nas aglomerações de jovens com a ideia de matar ao léu o máximo possível. Os nazis do ISIS não atacam a França imperialista, mas o modo de vida dos jovens que lutam contra o racismo, pelo acolhimento dos refugiados e pela liberdade.
Essas imagens da expulsão dos racistas pela multidão reunida em Lille nos mostram de quais Franças estamos falando. Franças, no plural. Com exceção de Paris, houve aglomerações públicas em muitas cidades. Essa França saberá resistir. Não se deixará levar pelo ódio. Já sabe continuar sua luta, no sentido material do mote de 1789. Essas Franças sabem que a vitória que os nazifundamentalistas procuram só poderia acontecer se os franceses entrassem na espiral de medo e exclusão que o terror quer impor.
Essas Franças estão juntas aos jovens que foram massacrados em Ankara, em Beirute, na Síria, nos Curdistões. Essas Franças estão juntas com os Bataclans que acontecem todos os dias no Brasil: com os Amarildos, Eduardos, Claúdias que todos os dias são massacrados pelo poder neoescravagista.
Essas Franças continuam gritando: liberté, égalité, fraternité.
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Giuseppe Cocco é professor da UFRJ e participa da rede UniNômade.