O número 14 da Global, totalmente online, traz o debate sobre os processos de indignação que ocorrem desde a Praça Tahrir, no Egito, aos POBRES cariocas que estão sendo REMOVIDOS em função do processo de desocupação por conta das obras das Olimpíadas de 2016; das manifestações contra a democracia dos poucos na Espanha aos desmonte da democratização real que sofre o atual Ministério da Cultura, no Brasil. Em comum, essas lutas são marcadas pelas dimensões produtivas da vida, que resiste a se deixar capitalizar.
Na indignação diante do escandalo dos ricos que impoem o custo da crise aos pobres, está se recompondo uma nova nova classe de trabalhadores.
São essas lutas “indignadas’ dos pobres, dos favelados removidos, dos bombeiros e professores do Rio de Janeiro, dos estudantes de Vitória pelo passe livre, dos operários de Jirau e da Volks do Paraná pela remuneração de um trabalho que hoje em dia envolve a vida, que devem constituir o horizonte político diante da crise cada vez mais profunda do capitalismo global. Somente nas lutas desse Brasil “menor”, dos pobres, da inovação democrática e “reinvenção” de Porto Alegre, é possível enfrentar o desafio MAIOR de trilhar novos caminhos: para fora da globalização neoliberal e continuando a derrotar as grotescas tentativas da elite ultra-conservadora e de sua “turminha” do “Basta” de se “indignar” para impor seus escandalosos interesses. O Brasil somente será “maior” se conseguirá transformar a significação desse adjetivo: o que nos interessa é o maior dos pobres, dos trabalhadores, dos sem terra, ou seja do Brasil menor!
Este número da Revista Global Brasil traz então a definição conceitual e política de biolutas, para buscar dar conta desses novos conflitos, protestos e tumultos, que são marcados justamente em torno do duplo e paradoxal processo de inclusão e fragmentação da vida no trabalho. É dentro do conceito de biolutas que a Rede Universidade Nômade tece, neste novo número da Global, sua perspectiva de análise dos acontecimentos desse MundoBraz, ou seja, desse processo de exploração que atravessa todo o globo, ao mesmo tempo, que dentro dele nascem novas perspectivas de construção de espaços comuns de lutas e políticas democráticas.