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Cristãos por direitos humanos na Câmara

Continuando a série sobre a “questão evangélica” na política brasileira, a UniNômade republica um texto da Rede Fale, um movimento cristão formado por evangélicos de várias entidades, que mantém um blogue desde 2006. É um exemplo de luta do gênero “dentro e contra”, em especial a tentativa ilegítima de associar o cristianismo a agendas homofóbicas, machistas ou racistas. Isto não coaduna com a mensagem dos evangelhos que, em chave de leitura militante, foi e ainda é uma das grandes inspirações da luta por direitos em todos os tempos.

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Jesus no filme de Pasolini

Por Rede Fale, em seu site

A violação dos Direitos Humanos no Brasil é um problema com muitas facetas e dimensões. Somos um país que ainda tem marcas profundas de seu passado colonial escravista e que não conseguiu equacionar devidamente problemas como concentração de terra e riqueza. É preciso lembrar que ainda hoje uma significativa parcela de nossa gente sofre com os múltiplos abusos que lhe roubam a possibilidade de viver com dignidade. O enfrentamento da tortura, do tráfico de pessoas, do trabalho escravo, da violência e corrupção policial, da discriminação racial, bem como outras formas de aviltamento da dignidade humana são dos desafios mais prementes entre nós.

Considerando tudo isto, o recente anúncio de que o Partido Social Cristão (PSC) indicaria o Deputado Pr. Marco Feliciano para assumir a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmera dos Deputados nos encheu de preocupação.

Para nós, é essencial que a Presidência desta Comissão seja ocupada por alguém com compromisso profundo com os Direitos Humanos inscritos na Constituição Federal e notório saber sobre os importantes meios de defesa e promoção destes direitos presentes no avanço das políticas públicas das últimas duas décadas. No contexto de uma sociedade democrática e republicana, os Direitos Humanos vão além das medidas propostas para defender minorias, e incluem a garantia e promoção dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais preconizados pela Constituição Federal de 1988. Além disso, podemos destacar a importante atuação do Brasil nas cortes e foros internacionais de Direitos Humanos.

Constatamos que o Deputado Federal Pr. Marco Feliciano não tem atuação parlamentar prévia em nenhum destes temas que o habilite para assumir este cargo, correndo grande risco de representar de maneira equivocada diferentes segmentos da sociedade que ainda experimentam a violação de seus direitos. Preocupa-nos também certas afirmações do Deputado nas redes sociais e em pregações disponíveis no YouTube. Declarações como “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado de Noé”, ou “AIDS é o câncer Gay”, não condizem com a postura pública de um parlamentar e denotam preconceito e discurso de ódio inadmissíveis. Nesse sentido, fazemos coro com aqueles que questionam as qualificações do Pr. Marco Feliciano para tão importante função.

Em razão disso, a Rede FALE mobiliza a Campanha “Fale por Direitos Humanos na Câmara”, que pressiona as lideranças do Partido Social Cristão para que ele não seja conduzido à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Para assinar a Petição Online, clique aqui

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