Por internacionalistas da Ucrânia, Rússia, Moldávia, Israel e Lituânia, em inglês na libcom.org, em 2/3 | Trad. UniNômade
—
Guerra à guerra! Nenhuma gota de sangue pela “nação”!
A disputa de poder entre os clãs oligárquicos na Ucrânia ameaça escalar num conflito armado internacional. O capitalismo russo pretende usar a redistribuição do poder do estado ucraniano para realizar suas aspirações expansionistas e imperiais de longa data sobre a Crimeia e o Leste da Ucrânia, onde detém fortes interesses econômicos, financeiros e políticos.
Sobre o pano de fundo da nova rodada de crise econômica em curso na Rússia, o regime de Putin está tentando incitar o nacionalismo russo, para divertir a atenção dos crescentes problemas socioeconômicos dos trabalhadores: salários e pensões de pobreza, desmantelamento do sistema de saúde, educação e serviços sociais. No trovejar da retórica nacionalista militante, é mais fácil completar a formação de um estado corporativo e autoritário, baseado em políticas de repressão e valores reacionários e conservadores.
Na Ucrânia, a aguda crise econômica e política levou ao confronto intenso entre os clãs oligárquicos “velhos” e “novos”. Os primeiros incluíram formações de extrema-direita e ultranacionalistas, para fazer um golpe de estado em Kiev. A elite política da Crimeia e do Leste da Ucrânia não pretende compartilhar seu poder e propriedade com os próximos governantes de Kiev, tentando contar com a ajuda do governo russo. Ambos os lados recorreram a um rompante de histeria nacionalista: respectivamente, ucraniana e russa. Ocorrem enfrentamentos armados com derramamento de sangue. Já as potências ocidentais têm seus próprios interesses e aspirações, e sua intervenção no conflito pode levar à 3ª Guerra Mundial.
Alianças beligerantes de patrões forçam que lutemos por eles, nós, pessoas ordinárias: trabalhadores assalariados, desempregados, estudantes, pensionistas. Fazendo-nos embriagados da droga nacionalista, eles nos colocam uns contra os outros, nos levando a esquecer sobre as nossas necessidades e interesses reais: nós não ligamos nem podemos ligar para as “nações” deles, porque estamos mais concentrados em problemas prementes e mais vitais — como por fim aos meios com que eles têm nos escravizado e oprimido nesse sistema.
Não vamos sucumbir à intoxicação nacionalista. Ao inferno com seus estados e “nações”, suas bandeiras e cargos! Esta não é a nossa guerra, e nós não deveríamos pegar em armas, pagando com nosso sangue pelos palácios, contas bancárias deles, pelo prazer deles de sentar em macias cadeiras de autoridade. E se os patrões em Moscou, Kiev, Lviv, Kharkov, Donetsk e Simferopol começarem esta guerra, nosso dever é resistir com todos os meios disponíveis!
Nenhuma guerra entre “nações”, nenhuma paz entre classes.
—
Assinam:
Internacionalistas da Ucrânia, Rússia, Moldova, Israel, Lituânia
KRAS – seção russa da Associação Internacional dos Trabalhadores
Fração dos Socialistas Revolucionários da Ucrânia
Federação Anarquista da Moldávia.