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Junho 2013: sinais do futuro que já começou

Frederico Lyra de Carvalho, Université Lille Nord Paris

 

No seu livro de intervenção The year we dream dangerously, lançado em 2012, o filósofo esloveno Slavoj Zizek tenta pensar os diversos acontecimentos que haviam emergido por todo o mundo no ano anterior, 2011, ano este de: Revolução na Tunísia; Revolução no Egito, tendo as ocupações na praça Tahrir como o símbolo maior; Ocupação na praça Syntagma e motins por toda a Grécia; o movimento 15M dos Indignados na Espanha; Occupy Wall Street; motins por todo o Reino Unido; entre outros acontecimentos. Zizek observa que boa parte da dimensão emancipatória deste ano em que voltamos a sonhar de forma perigosa na busca de alternativas para sair do pesadelo do capital ao qual estamos subsumidos, foi imediatamente anulada pela mídia que, entre outras coisas, passou a disseminar falácias quase que delirantes que colocavam plataformas como o facebook como os meios responsáveis por tais insurreições e revoluções. As grandes mídias cumpriram bem uma das suas funções de existir, a saber, a de serem meios contrarrevolucionários. Exatamente por isso, uma análise que busca vir pelo lado oposto, aquele da tradição dos oprimidos, não está autorizada a se comportar como neutra. Essa posição, argumenta Zizek, é inexoravelmente parcial e engajada, ou seja, para se pensar acontecimentos desta proporção apenas uma análise que não negue o seu ponto de vista parece ser consequente.

Ao final do livro, Zizek observa que após um ano, se muito, todas essas explosões haviam sofrido um refluxo, quando não uma reação violenta. Seria, se pergunta o filósofo, “a única escolha que temos aquela entre a nostálgica-narcísica lembrança dos momentos sublimes de entusiasmo e a cínica-realista explicação do que dessas tentativas de mudar a situação iriam inevitavelmente falhar” (ZIZEK, p. 127)? Um primeiro sinal – de certa forma confirmado pelo futuro que é o agora – é que a raiva não acabou e que novas revoltas poderiam explodir. Um outro sinal é que nada poderia ser como antes e que as elites sabiam bem disso, estando consciente de que já não tem mais o mesmo controle da situação. Tendo isto em mente, Zizek propõe então uma inversão da perspectiva historicista corrente que muda o ângulo de percepção desses acontecimentos, em vez de fazerem parte de uma linha que teria vindo do passado para o presente, eles deve ser lidos como: sinais do futuro. “Explosões radicais emancipatórias não podem ser compreendidas desta maneira: em vez de analisá-las como parte do contínuo do passado e presente, devemos trazer a perspectiva do futuro, tomando-as como limitadas, distorcidos (às vezes mesmo pervertidos) fragmentos de um futuro utópico que se encontra dormente no presente com o seu potencial escondido”. Estes acontecimentos são “elementos que estão aqui, no nosso espaço, mas cujo tempo é o de um futuro emancipado, o futuro da Ideia Comunista” (Zizek, p. 128). Contudo, nada pode garantir de maneira nenhuma que este futuro chegará. Não há teleologia, apenas reconhecimento de uma potencialidade particular. “Enquanto aprendemos a assistir tais sinais, nos diz Zizek, devemos estar conscientes que o que estamos fazendo agora só se tornará legível quando o futuro estiver aqui” (ZIZEK, p. 128), e ele continua “o que é preciso, então, é um delicado equilíbrio entre a leitura dos sinais do hipotético futuro comunista e a manutenção da abertura radical do futuro” (ZIZEK, p. 128-29). A leitura desses sinais requer assumir plenamente uma posição engajada, seguir fielmente estes sinais para que só assim o futuro que eles anunciam possa talvez se tornar presente. Todavia, isso não implica que este futuro deva ser imaginado positivamente, pelo contrário, a abertura para o futuro é negativa e o empenho deve ser em via da efetivação dessa negação. A palavra de ordem “não vai ter copa!” foi de certa forma, um sinal de um futuro que não chegou. A copa aconteceu, mas poderia não ter ocorrido. Os sinais são ambíguos, não são garantias de nada. De onde nossa hipótese de ler as Jornadas de Junho 2013 da mesma forma com que Zizek leu os acontecimentos que transcorreram em 2011 como: sinais do futuro. Junho teria sido uma abertura de possibilidades para um futuro que, no entanto, não chegou. Resta saber se ele não chegou ainda, ou se aquele futuro já foi extinto. Um outro futuro, que é o nosso presente, este sim chegou chegando e é a múltipla e totalizante crise na qual estamos inseridos até o pescoço. De certa forma, assim como as reações contra as insurreições e revoluções de 2011 continuam em marcha, o contínuo, que vai do levante dos “coxinhas” ainda nas ruas de Junho até a intervenção do exército contra a greve dos caminhoneiros, embora desorganizado, caótico e aleatório pode ser visto como um gênero novo de contrarrevolução preventiva que demonstra que as elites brasileiras entenderam aquele espírito de junho. Como disse Mario Sérgio Conti, “a situação que se abriu é revolucionária” (apud, ARANTES, p. 424), mas isto não era garantia de que haveria de fato uma revolução. A hipótese de Paulo Arantes é de que as Jornadas seriam “um enigma, de cuja solução apenas encaminhada dispomos, desde Junho, de um ensaio geral. Fica a descoberta atônita de que a insurgência que vem, ou que está chegando, envolve um momento perturbador de desgoverno, de abalo sísmico do regime normativo dominante: simplesmente não queremos mais ser governados, ou não mais assim” (ARANTES, p. 424). Que ele completa dizendo que “quase tudo consiste em saber decifrar retrospectivamente um tal ‘assim’. O novo se insinuou por essa brecha” (ARANTES, idem). Um outro futuro foi aberto nas ruas, e nenhum esforço para evitá-lo parece ser em vão e empenho. Se por um lado, na hipótese de Arantes as Jornadas de Junho teriam sido uma insurreição contra uma outra contrarrevolução que já durava mais ou menos 30 anos e que é normalmente conhecida como transição democrática, uma nova etapa de rebaixamento e agravamento deste processo talvez fosse o que ele tinha em mente quando nos disse que “Depois de Junho a Paz será Total”.

Contudo não é do futuro que chegou que nos propomos a falar. Mas de alguns sinais que parecem ter ficado lá atrás e que fazem parte do futuro que não veio. Decidir se ele pode vir é uma tarefa política. De forma que poderíamos adaptar, um pouco facilmente é verdade, a questão feita por Giorgio Agamben em relação a Auschwitz, e nos perguntar: O que resta de Junho de 2013? Se um por um lado, Agamben busca identificar o que é latente no presente daquela catástrofe maior que foram os campos de extermínio nazistas, a nossa questão é muito mais modesta e diz respeito a quais práticas e a qual dimensão do que aconteceu no Brasil podemos continuar fiéis? E fiéis no sentido badiousiano da necessidade de ser fiel a um acontecimento para poder de certa forma continuá-lo. Isso posto, é também verdade que mais recentemente o próprio Badiou parece ter esquecido esta dimensão da sua filosofia e tem feito uma leitura da primavera árabe e do que aconteceu na Grécia e Espanha de uma forma bastante historicista e paternalista. Como se as consequências reativas a tais acontecimentos revelassem as suas verdades, interditando de fato àqueles que continuam engajados em tais processos de os continuarem. Pensando os acontecimentos contemporâneos ele não faz jus as suas análises da Comuna de Paris ou de Maio de 68 entre outros acontecimentos. A nossa hipótese é que devemos interpretar os sinais do futuro que anunciou Junho de 2013 através do que deles resta e, sendo fiel a este resto, tentar dar forma àquele futuro que não veio. Não se pode esquecer que um outro futuro de 2013 é o presente, é o agora, o futuro já é. Ele já está aí de certa forma. Então como reverter isso? Passo então a sugerir três sinais que creio ainda serem latentes. Sinais que de certa forma foram atualizados com a greve dos caminhoneiros: a ação direta dos black blocs; a negatividade que surgiu na rua com o “eu sou ninguém” e a dimensão nacional do acontecimento.

Ação direta

A atuação dos black blocs em 2013 coloca algumas questões para se pensar o ressurgimento e se de fato existe uma necessidade crescente para pensar a ação direta. Mais do que os black blocs em si, é esse problema que me interessa mais. Antes de chegar no Brasil podemos iniciar com um desvio em torno de alguns fatos recentes aqui em Paris. A tradicional manifestação do 01 de maio deste ano de 2018, que é normalmente um inofensivo desfile dos tradicionais partidos e sindicatos franceses, foi impulsionada pelo cortège de tête dos black blocs e assim passou do estágio de ser apenas mais um desfile para vir-a-ser de fato uma manifestação. Segundo a grande mídia havia entre 1200 e 1300 casseurs, a vanguarda combativa da manifestação e mais ou menos 20 mil no desfile tradicional. No entanto, o que mais chamou atenção foi o grupo intermediário nomeado pela mídia como ‘cortejo de pessoas radicalizadas’ e que segundo dados oficiais contabilizava 14500 pessoas. Pois foi este grupo que mais assustou o aparelho do Estado francês. Embora numerosos, os casseurs eram esperados e já se sabe que os sindicatos vêm ano após ano definhando, não se esperava um terceiro grupo tão significativo. Uma certeza é a de que eles não fazem mais parte da esquerda mais tradicional, mas, por outro lado, eles também não são black blocs. No entanto, se quisermos avançar bastante o sinal poderíamos dizer que eles são potencialmente black blocs. E é essa no fundo a interpretação sugerida, pois estas 14500 pessoas estavam de certa forma protegendo e eram no mínimo simpatizantes daqueles outros. É este tipo de aliança que é temida, pois não está claro o que seriam e nem o que poderiam fazer 16000 mil casseurs nas ruas Paris. Um outro exemplo desse tipo de aliança ocorreu na manifestação do sábado 26 de maio 2018, quando pela primeira vez o cortège de tête foi ocupado por uma organização de banlieueLa verité pour Adama – que por todo o trajeto – de Place de République à Place de la Bastille – foi escoltado por algumas centenas de black blocs. Estes em respeito à Adama, fugiram das suas praticas usuais, não agiram e desfilaram lado a lado do cortejo do banlieue. Isto é, os casseurs não quebraram nada, agiram contra a sua lógica comum, fugiram do confronto que estava previsto e ensaiaram constituir uma nova aliança ainda por vir.

Esse longo desvio nos leva de volta ao Rio de Janeiro onde por alguns meses – entre junho e outubro – se constituiu uma aliança entre os black blocs e os professores que estavam em greve naquele momento, aliança esta simbolizada pela simbiose nomeada de: black prof. Se não podemos afirmar que todos os professores do Estado do Rio de Janeiro se tornaram de uma hora para outra black blocs, com a constituição dos black profs fica claro que este poderia muito bem ter sido caso. E esta aliança foi construída na rua. Como bem descrevem Mariana Côrrea dos Santos e Silvio Pedrosa a ação direta e violenta havia conquistado uma certa legitimidade e demonstrado ser necessária naquele momento e assim havia ganho a adesão de parte da população que normalmente não apoiaria tais ações. Além do mais, segundo estes autores, naquele momento no Rio houve uma transversalidade de classe e raça na composição dos black blocs que não se encontrava em outros lugares, nem em São Paulo. Haviam mais negros e pobres do que o usual. Como alguns autores observam, foi esse tipo de convergência que permitiu às manifestações durarem tanto tempo nessa cidade. Assim, em uma interessante inversão observada por Rodrigo Nunes, os black blocs, em princípio contra qualquer tipo de representação, se tornaram os representantes maiores daquilo que estava acontecendo. Enfim, se é verdade que essa tática mostrou os seus limites, e que talvez devamos imaginar outras táticas de ação direta dissociadas e para além dos black blocs, essa aliança temporária com os professores constituindo o black prof demanda que se pense seriamente as possibilidades abertas pela ampliação e de certa forma reaparição da ação direta urbana. Por exemplo, e se tivéssemos visto surgir os black trucks ou caminhoneiros blocs na greve dos caminhoneiros? Ou melhor, e se alguma nova tática tivesse surgido nesse momento? O sinal do futuro que é a aparição dos black profs, é a demonstração de que algo desse tipo não é de todo impossível.

Des-identidade

“Anota ai, eu sou ninguém”. Muito já se discutiu em torno desse enunciado político que surgiu nas ruas de São Paulo. Guardada as devidas proporções, o que aconteceu com a aparição deste enunciado na rua é mais ou menos o que Foucault havia visto nas ruas de Teerã em 1979: uma ideia política nova que nasceu na rua, completamente imanente ao processo e que têm uma força particular pois surge e se transforma na rua, no encontro com o real. Por um lado, Peter Pal Pelbart sublinha a potência dessubjetivadora desse enunciado. Por outro lado, Giuseppe Cocco e Márcio Tascheto insistem na sua inerente multiplicidade. Porém, parece existir um aspecto prático pelo que no entanto tem sido pouco observado e que tentarei desenvolver brevemente prolongando a observação feita por Paulo Arantes que diz que a aparição do “ninguém” “ressalta a luta para tornar comum o que é comum ao contagiar o próprio nome comum de quem luta” (ARANTES, 462). Essa não-identidade surgida nas ruas não nega necessariamente todas as identidades e nem pode ser facilmente invertida e se tornar: “eu sou ninguém, logo sou todo mundo”. “Eu sou ninguém” não pode ser invertido em “eu sou todo mundo”, como supõe João Marcelo Simões. O enunciado que surgiu nas ruas parece sobretudo essencialmente negar a identidade mais tradicional de esquerda, a versão brasileira dos partidos e sindicatos franceses que aludimos acima. Devido à situação política concreta do Brasil, outras identidades não parecem ser automaticamente negadas. Ao menos não imediatamente e nem tão pouco de forma necessária. Por estas identidades serem negativas quando se veem confrontadas às mais diversas situações, “eu sou ninguém” não dobra a negação, mas pelo contrário pode vir-a-ser algo como: “eu sou ninguém’ que você já não vê”. Uma maneira de assumir essa negatividade dando força política para ela.

Desta maneira, a nossa hipótese é de que essa não-identidade surgida na rua talvez possa ser um operatório capaz de articular a potência desidentificadora da figura do proletariado com as ditas pautas e luta identitárias especialmente as de gênero, raça e feministas. Quando a figura do proletariado é desidentificada da classe operária, passando a ter de volta o seu sentido original de despossessão volta a ser, de certa forma, capaz de reencarnar esse ninguém que pediu para ter o seu nome anotado. Em um país onde estas lutas acima referidas são tudo menos abstratas, tudo menos imaginárias, me parece que a única identidade que não parece ser capaz de se articular com esse enunciado é a da esquerda mais tradicional, essa está fadada a desaparecer ou se reificar. Falta saber como articular de fato essas pautas e o enunciado, pois eles em princípio parecem mutuamente se excluir. Algumas pistas parecem estar na heterogênea composição dos black blocs no Rio de Janeiro e no fato de que na França este mesmo grupo é cada vez mais composto por mulheres, além de mais e mais se reclamar de um feminismo libertário. Talvez o enunciado “eu sou ninguém” se pronunciado por militantes de gênero, raciais e feministas não deva ser visto como sendo uma negação dessas lutas, mas como uma forma particular de se assumir plenamente uma contradição, contradição esta que talvez seja capaz de criar uma abertura possível de reorganizar o campo militante radical a partir dessas lutas concretas. Possivelmente essa tensão constitutiva também seja simbolizada por Marielle: mulher, negra, lésbica, pobre e de esquerda. Diversos “ninguém” em um mesmo corpo. Dito de outra forma, quem sabe o sinal do futuro não esteja contido no paradoxo constituído entre a potência desidentificadora do enunciado “eu sou ninguém” e estas lutas concretas e urgentes.

Nacional

Por último gostaria de insistir na dimensão nacional de Junho de 2013. Estamos sempre observando que o Brasil é territorialmente maior do que a Europa, mas não parece que nos damos conta de que é efetivamente essa a dimensão territorial de junho, ou seja, é quase como se em um espaço de poucos dias tivéssemos tido manifestações de massa por toda a Europa. Desta forma, se estamos de fato numa Guerra Civil e a República acabou, como tem dito Vladimir Safatle, estas duas dimensões são bem nacionais, abarcam todo o território e não estão restritas a poucas localidades. Paulo Arantes observa que: as “mais diversas fontes oscilam entre 10 e 15 milhões de manifestantes em mais de quinhentas cidades. Enquanto não dispusermos de uma razoável coleção de relatos de todas as procedências, sobretudo das mais improváveis, continuará soterrada a memória viva do maior protesto de massa da história brasileira, com esta peculiaridade igualmente divisora de águas, a de que ele foi rigorosamente autoconvocado” (ARANTES, p. 378). Não por acaso, em um ensaio como o dele, que se detém nas suas mais de cem páginas essencialmente ao que aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo e que em uma nota assume que o seu ponto de vista é mesmo paulista – e isso não é nenhum problema em si, mas apenas um fato – confessa que o relato mais improvável de Junho do qual teve notícias até aquele momento não tinha ocorrido em nenhuma dessas cidades, mas em Fortaleza, quando por ocasião do jogo Brasil e México, pela copa das confederações, um “enxame de pivetes que capricharam num sem-número de manobras táticas, entre elas o sequestro de um ônibus, ato contínuo desviado na direção de um pelotão de cavalarianos da PM, não sem antes desembarcar os passageiros e confiscar-lhes os ingressos para o jogo. Mas como a barra da direção pesou mais do que podiam os braços do novo motorista, este pulou fora, deixando um saldo devedor atravessado na pista, um bagulho-dispositivo fora do uso oficial” (ARANTES, p. 409). Talvez este seja um outro sinal do futuro (e vale observar que até aqui o autor, pernambucano, também só havia falado de RJ e SP). É verdade que o volume Junho potência das ruas e das redes organizado por Alana Moraes, Jean Tible, Henrique Parra, Bernardo Gutierrez, Salvador Schavelzon e Hugo Albuquerque pareça ter sido o esforço que conseguiu ir mais longe nesta direção. No entanto, ele trata mais de movimentos que ocorreram em paralelo do que o que de fato aconteceu no Brasil afora. Por exemplo, o capítulo sobre o Ocupe Estelita em Recife, é mais um relato e análise crítica deste movimento do que sobre o que foram as Jornadas de Junho nesta cidade. No fundo ninguém ainda parece ter dado conta dessa dimensão e conseguido efetivamente sair do eixo Rio-São Paulo. Talvez passe por esse gesto um novo entendimento do que está efetivamente acontecendo neste que é o futuro de junho, o nosso presente. O sinal do futuro é que as jornadas abarcaram a integralidade do “gigante”, e temos que dar conta disso para reabri-lo.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

AGAMBEN, Giorgio. Auschwitz, L’archive et le Témoin, in Homo Saces. L’intégrale. Paris: Seuil, 1998/2017.

ARANTES, Paulo. “Depois de junho a paz será total”, in O novo tempo do mundo. E outros ensaios sobre a era da emergência. São Paulo: Boitempo, 2014.

BADIOU, Alain. Éloge de la politique. Paris: Flammarion, 2017.

CORRÊA dos SANTOS, Mariana; PEDROSA Silvio. “Corps en mouvement : les Black Blocs à Rio et les représentations de la résistance”, in Les Temps Modernes, n. 2 (678), 2014, p. 73-92.

COCCO, Giuseppe; TASCHETO, Márcio. “Eu (não) sou ninguém: a subjetividade sem nome”, in Kalagatos, Fortaleza, v. 14, n. 2, maio-ago, 2017, p. 37-57.

MORAES, Alana; GUTIÉRRES, Bernardo; PARRA, Henrique; ALBUQUERQUE, Hugo; TIBLE, Jean; SCHAVELZON, Salvador. Junho. Potência das Ruas e das Redes. São Paulo: Friedrich Ebert  Stiftung, 2014.

NUNES, Rodrigo. “Anônimo, vanguarda, imperceptível”, In Revista Serrote, 2016. n. 11. Disponível em: https://www.revistaserrote.com.br/2016/11/anonimo-vanguarda-imperceptivel-por-rodrigo-nunes/

PELBART, Peter Pal. “Anota ai, eu sou ninguém”, in Folha de São Paulo, 19.07.2013. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1313378-peter-pal-pelbart-anota-ai-eu-sou-ninguem.shtml

SAFATLE, Vladimir. “A nova republica acabou”, in Carta Capital, 15.03.2015. Disponível em:

https://www.cartacapital.com.br/revista/841/a-nova-republica-acabou-2242.html

________________. “Vivemos uma fase cada vez mais explicita de guerra civil”, in Carta Capital, 28.03.2018. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/safatle-201cvivemos-uma-fase-cada-vez-mais-explicita-de-guerra-civil201d

SIMÕES, João Marcelo. “Anota aí: Eu sou ninguém” As transformações no senso de coletividade e o uso tático das mídias no Brasil”. in. Anais Simpósio ABCciber, 2014. Disponível em: www.abciber.org.br/simposio2014/anais/GTs/joao_marcelo_lima_simoes_140.pdf

ZIZEK, Slavoj. “Conclusion: Signs from the future”, in The year we dream dangerously. London-New York: Verso, 2012.

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