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Manual para campanhas ativistas no Tuíter

Por Democracia Real Ya! Mallorca, em 3/4/13 | Trad. UniNômade Brasil

Índice.

1. Introdução.
2. Abreviações.
3. Este é o Tuíter.
4. A importância das HTs e TTs.
5. Viralidade.
6. Campanha.
7. A comunidade.
8. A hora H.
9. Conclusão.

1. Introdução.

Este artigo pretende ser um manual de iniciação para quem queira colaborar em futuras campanhas do Tuíter. Temos nos esforçado em apresentar o tema da forma mais simples possível, tratando principalmente o que mais se deva levar em conta ao fazer uma campanha. Este manual se concentra especialmente no papel que pode desempenhar o usuário médio na execução das campanhas, mais do que na sua preparação, ainda que ao longo do texto damos alguns conselhos úteis para isso; em artigos futuros trataremos com mais profundidade da elaboração de campanhas.

2. Abreviações.

HT: Hashtag.
TT: Trending topics (tema do momento).
RT: Retuíte.
DM: Mensagem direta.

3. Este é Tuíter.

Antes de tudo, é preciso saber que, no Brasil, o Tuíter conta com 41,2 milhões de usuários, em franco crescimento e já o segundo país com maior número, depois dos Estados Unidos. O Tuíter conta com mais de 500 milhões de usuários no mundo todo.

4. A importância dos HTs e TTs.

Dito isto, é preciso ter em mente que colocar uma HT nos TTs no Brasil nos fará atingir 41,2 milhões de pessoas e, no caso dos TTs globais, mais de 500 milhões. Com isso, não só chegaremos a cada usuário individualmente, como também aos meios de comunicação e pessoas muito influentes, quer dizer, nós decidiremos o que é notícia e o que não é. É preciso ver o TT como uma oportunidade de fazer chegar a mensagem a milhões de pessoas.

Uma HT é a abreviação de uma ideia mais complexa, deve conter as palavras-chave para intuir a ideia que se queira transmitir. A mensagem e os links contidos nos tuítes farão o resto.

5. Viralidade.

Deve-se alimentar cada tuíter com uma mensagem simples e original, além de inserir links, imagens ou vídeos relacionados com a ideia que se queira transmitir. Isto possibilitará que a ideia possa sair, de certo modo, do próprio Tuíter.

Você tem 140 caracteres para dizer tudo o que gostaria de dizer se tivesses a atenção de milhões de pessoas. Só depende das suas palavras que uma ideia progrida ou não. Se for original, busque que seu tuíte seja atrativo para o RT.

Um RT significa que o tuíte passará automaticamente a ser lido por outro grupo de pessoas: os seguidores do usuário que te fez o RT. Se o seu tuíter for suficientemente original para que façam RT dele, o tuíte rebaterá de grupo em grupo chegando assim a um grupo maior. A popularidade dependerá de quão influente seja quem faça o RT, e aqui está a importância de ser original. As pessoas mais influentes do tuíter não fazem RT de qualquer tuíter. A você, interessa esse RT, no entanto, um RT não se pede, pois isso prejudica a sua reputação e a reputação da ideia.

O objetivo é atingir o máximo de pessoas possível, não existe lugar para o ego. Podem ser que seus tuítes não tenham a viralidade esperada. Nesse caso, não desista, siga tuitando e ajude a viralizar os tuítes dos outros. Podem ser que teus tuítes não motivem um RT, nesse caso, busque tuítes de outros que motivem o RT, faça também RT e difunda-os. Repito> o objetivo é chegar ao maior número possível de pessoas. Obviamente, para que um tuíte seja atrativo, deve respeitar as normas ortográficas, começar com maiúsculas, acabar com ponto final etc.

Para que um HT se converta em TT, se deve falar muito do tema. Os RT ajudam muito ao TT. Portanto, combine os tuítes com retuítes e citações de outros tuítes.

6. Campanha.

Para que uma campanha triunfe tem que ter uma coisa muito clara: o Tuíter premia a surpresa. É preciso entender o processo como uma explosão:

“Silêncio => boom! => consequências/resultados”

Quando se decide uma hora para começar uma campanha, é preciso respeitá-la absolutamente, nunca se deve anunciar uma campanha publicamente nem começar antes da hora acordada. O êxito da campanha depende da sincronização dos promotores da ideia. É preciso ser bem sucedido em sobrepujar o silêncio absoluto diante da explosão pública da ideia, e isso só se consegue começando todos ao mesmo tempo. Isso é sério, existem objetivos a alcançar e se tem de realizar a ação exatamente como se havia decidido.

Uma campanha triunfar ou não depende do grau de participação inicial e da regularidade do grupo promotor. Quando alguém participa numa campanha, isto significa que se está de acordo com a iniciativa, se deseja que a iniciativa vá em frente e que esta seja conhecida por mais gente. Partindo dessa premissa, você deve se esforçar em conseguir o que deseja, com isto me refiro que não vale apenas “deixar o seu grão de areia”, porque se de verdade acredita na campanha, deve se esforçar para que vá em frente. Pensa que você é o grande responsável pela campanha, que pertence ao grupo que promove a ideia. Que a campanha triunfe ou não dependerá da seriedade e o rigor que consiga transmitir ao promovê-la. A chave está na regularidade.

Por experiência se sabe que o triunfo de uma campanha se decide nos primeiros 30-45 minutos, aproximadamente. Nesse tempo, se tem que começar a ver os resultados. Por resultados, entendemos:

A) Já é TT pelo menos no Brasil e a ideia se desprendeu do grupo promotor e passou à comunidade (ou começa a ter influência em várias comunidades autônomas).

B) Não é TT. (nem na Espanha nem em nenhuma comunidade autônoma).

A respeito do ponto A, a partir desse momento a campanha será ajudada pelos curiosos que se aproximem da HT. Apesar dsso, não se deve parar, levantar uma HT e garantir seu lugar nos TT dependerá, como dissemos, da regularidade. O grupo promotor deve acompanhar a difusão da ideia a todo momento.

A respeito do ponto B, a partir desse momento, a estratégia não muda, o grupo promotor segue com regularidade tentando subir a HT a TT. Apesar disso, se é um ponto de inflexão, passará pouco tempo até que uma HT seja sentenciado a não ser um TT, e aqui está a importância da explosão inicial, não só para surpreender o sistema de TTs do Tuíter, como também para surpreender os tuiteiros e motivá-los a realçar a viralização da iniciativa.

7.  A comunidade.

O objetivo é chegar ao máximo de pessoas possível e que essas pessoas se interessem pelo tema de que esteja tratando. Para isso, deve estar disposto a dar um retorno à comunidade, quer dizer, se os usuários respondem aos seus tuítes, mostrando o apoio à ideia, e você pode premiá-los, por exemplo, com um RT, dando-lhes a entender que aprecias a colaboração.

É importante estar informado do tema que estejas tratando, se algum usuário pede a você mais informação sobre o tema, sempre que não seja “confidencial”, você deve proporcioná-la, sem que isso signifique perder muito tempo para responder-lhe, quer dizer, enquanto a esteja respondendo, não pod  parar de continuar tuitando para ascender uma HT à TT, por isso, tenha à mão um conteúdo útil, para poder responder às dúvidas eventuais com a maior rapidez possível (Por exemplo: página principal do coletivo, correio eletrônico, página de Facebook, perfil oficial de Tuíter…).

Não interessam a você para nada as críticas destrutivas, quer dizer, não alimente o troll. Tem gente contrária a suas ideias que tem como único fim te perturbar, o melhor que pode fazer é ignorá-los e, em situações extremas, relatá-los como SPAM. Apesar disso, ignorá-los completamente é a melhor solução.

Existem as críticas construtivas, você deve saber diferenciá-las das destrutivas, e deve escutar a comunidade a todo momento. Todas essas críticas construtivas são muito úteis para ver como sua ideia está sendo vista, desde outro ponto de vista que não o seu. Apesar disso, uma única crítica construtiva não deve ter a capacidade de mudar nada da sua proposta, se a verdade da sua proposta precisa mudar algo, a comunidade fará você saber.

Busque aliados, cuide da sua imagem, descubra quem tem mais influência no “nicho” a que pertença a sua ideia, descubra o que funciona com os usuários, em definitivo, explore a comunidade, viva-a.

É preciso “fazer o dever de casa”, quer dizer, ter claramente qual é a iniciativa e seus objetivos, o que pretende alcançar, e então não descansar até alcançar, e aqui não há lugar para lamentações. Tendo aceitação ou não a sua ideia, é sua e quer que triunfe, se não agora, amanhã; escute à comunidade, pode ser que não esteja indo por um caminho bom ou não esteja executando o plano da melhor maneira possível, faça uma reflexão e volte ao campo de batalha. O triunfo depende da regularidade que consiga manter, não se renda fácil.

8. A hora H.

A hora que se inicia a campanha é crucial para que triunfe ou não. Segundo o tipo de campanha que queira lançar, são melhores alguns horários do que outros. A hora em que se inicia a campanha é muito importante quando o objetivo principal é alcançar a TT, considerando que precisa sincronizar-se para começarem todos ao mesmo tempo, na hora exata para conseguir “impressionar” o Tuíter.

A experiência nos ensina que uma das melhores horas para lançar uma campanha é às 11 de manhã, a comunidade já está acostumada a lançar campanhas nessa hora e isso facilita as coisas. Isto não significa que não se possa lançar antes ou depois, mas às 11 da manhã é uma boa opção.

A gente desaparece do Tuíter nos finais de semana, em feriados ou férias, não é um fato anormal, é totalmente compreensível, a gente aproveita os dias livres para se desligar da rotina e é preciso ter muito presente a hora de preparar/lançar uma campanha. Também é preciso ter em conta que a atividade no Tuíter acontece mais ou menos ao longo da semana.

Também é preciso estar atento às notícias de atualidade, se existe um tema que está dando muito o que falar, provavelmente se garanta um lugar entre os TT por algum tempo, diminuindo as possibilidades de ganhar um lugar nos TT. É algo a ter em consideração, apesar disso, não tem porque condicionar o lançamento da campanha.

É muito importante não lançar uma campanha ao mesmo tempo que outros lançam outra, sobretudo se são duas campanhas que pertençam a um mesmo “nicho” de usuários, considerando que isso divide esforços e diminui a efetivamente de ambas.

Pode programar seus tuítes que se publiquem automaticamente numa hora exata, com ferramentas como o TweetDeck, apesar disso, os tuítes programados devem ser complementados com tuítes escritos in situ e RTs, isso dará mais vida à campanha.

9. Conclusão.

O TT é a maneira que tem o Tuíter de premiar um tema popular, expondo-o diante de todos seus usuários, seja em nível nacional ou internacional (segundo a popularidade do tema). Quanto mais se fale do tema, mais alto estará na lista de TT, com a possibilidade de passar dos TT nacionais aos mundiais. A lista dos TTs consta de 10 TTs e já, de cima a baixo, do mais ao menos falado. Um TT pode ser uma frase, uma palavra ou uma HT.

Uma HT é uma palavra ou conjunto de palavras com números encabeçadas por uma encruzilhada “#” e serve como uma etiqueta para teus tuítes. Se alguém busca uma HT em Tuíter, verá todos os tuítes que a contenham, quer dizer, todos os tuítes que falam de um tema em concreto.

Para conseguir que uma HT seja TT, se deve ser bem sucedido que se fale muito de um tema. Obviamente, os tuítes sobre esse tema devam conter essa HT.

O trabalho do grupo promotor é apresentar o tema à comunidade e torná-lo interessante para que se popularize e chegue a um público maior. Tendo esse objetivo em mente, se deve lutar para conseguir um TT, considerando que é uma injeção instantânea de popularidade ao tema.

Um bom colaborador deve cumprir com os requisitos mínimos:

1. Guardar silêncio antes da hora acordada de início.

2. Começar exatamente na hora acordada.

3. Ser regular desde o princípio até o final.

4. Deixar o ego em casa.

5. Ter para si claramente que o objetivo é que a ideia chegue ao máximo possível de pessoas.

6. Ter clara toda a complexidade do tema que se apresenta.

7. Seus tuítes devem ser originais e únicos, e devem estar corretamente escritos.

8. Nutrir os tuítes com links, imagens e vídeos.

9.  Ajudar os demais a viralizar seus tuítes com o RT.

10. Manter regularidade.

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