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O não dos tchecos ao populismo

Por Leonardo Valverde, para a UniNômade

No final de janeiro de 2023, os tchecos elegeram o futuro presidente, Petr Pavel, que assumirá em março para um mandato de cinco anos, renovável apenas uma vez. Pavel foi para o segundo turno disputar as eleições com o populista Andrej Babiš, e ganhou com 57% dos votos, enquanto Babiš levou 42,9% dos votos. A margem entre os dois candidatos foi a maior da história das eleições presidenciais no país. Foi um recado claro da maioria dos tchecos através das urnas: “não queremos um populista”. Uma escolha majoritária pela democracia, pela afinidade com a União Europeia e também com a causa da Ucrânia sob a invasão das tropas russas.

Andrej Babiš, ex-primeiro ministro da República Tcheca, político com maior alinhamento político à Rússia do que à União Europeia, um tycoon milionário, dono de empresas escusas, buscava a eleição para presidente com uma motivação fundamental: se beneficiar da imunidade conferida pelo cargo. Babiš tenta escapar da ação simultânea dos Judiciários da União Europeia e de seu próprio país. Depois de um mandato como primeiro-ministro marcado por casos de corrupção, Babiš recebeu a mensagem de recusa da maioria dos tchecos.

O presidente eleito, Petr Pavel é um general reformado, com uma carreira militar decente, com conhecimento de estratégia, de perfil democrata e humanístico, e sem qualquer indício de ligação com negócios escusos. Será encerrado em março próximo, portanto, o segundo mandato consecutivo do atual presidente, Miloš Zeman. Assim como Babiš, do mesmo partido Social-Democrata, Zeman apresenta perfil populista, um político da velha guarda, oriundo do período comunista e, assim como Babiš, mais alinhado à Rússia de Putin do que com a União Europeia.

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