Por Raúl Sánchez Cedillo, da Universidad Nómada (Espanha), no Madrilônia em 2/6/14 | Trad. Bruno Cava
—
O poder do Podemos. Notas sobre eleições e abdicação
[No momento em que finalizo este texto, o monarca espanhol acaba de anunciar a abdicação! evidenciando que as forças do regime se deram conta que devem iniciar já a reforma constitucional para evitar o início de um verdadeiro processo constituinte. Mas à toda evidência é tarde demais. Eles perderam anos preciosos para fazê-lo.]
As eleições europeias já passaram então nada mais justifica essa espécie de má fé generalizada que se instalou no debate público, concomitante aos mercados e à informação. Não deveria interessar muito, mas quem assina este texto avaliava que, no vazio estratégico da representação eleitoral aberto pelo “austericídio” [as políticas de desmonte dos serviços de saúde, educação, previdência etc, ou “austeridade”] e sobretudo pelo movimento do 15-M, o método de construção e as propostas do Partido X poderiam servir de genuíno despertador, capaz de desferir um golpe letal no arranjo antidemocrático do regime monárquico de partidos sancionado em 1978. Por isso, votei no Partido X, mesmo sabendo-se, já há muitos meses, e sem dúvida desde o surgimento do Podemos, que o projeto do Partido X estava fadado a um sonoro fracasso eleitoral.
Por isso, não é hora de ataques de medo, incerteza e dúvida, nem entoar algum acre “a culpa é da TV”. Havia, nestas eleições, dois projetos estabelecidos de inovação, mobilização de base e ruptura, o Podemos e o Partido X, que se pautaram explicitamente pela rejeição dos partidos da dívida e do “austericídio”. Os resultados merecem comentários técnicos, mas são cristalinos.
Apesar disso, tem algo mais importante: o Podemos gerou, consolidou e provavelmente contribuirá para expandir uma crença e uma convicção que, inclusive no 15-M, até então eram sumamente minoritárias: é possível assaltar os parlamentos da antidemocracia por meio das urnas; é possível se iniciar um processo constituinte e uma mudança sistêmica por meios fundamentalmente pacíficos. Algo vai mal em termos de subjetividade política, quando a alegria contagiosa também não afeta a quem havia apostado noutros métodos e estratégias. Quando se esquece que somente as práticas e seus resultados podem ser determinantes ao fim e ao cabo.
Dizer isto é dar por certo que o Podemos é o ator-processo decisivo na sequência que se abre, até as próximas eleições diretas. Então, vale perguntar-nos: em que consiste o poder de Podemos? Recordemos que o poder [posse], na filosofia de Giambattista Vico, é um dos três elementos que definem o humano, junto com o querer [velle] e o conhecer [nosse]; definidores do humano enquanto “finitude que tende ao infinito”. O posse de Vico é poder-potência antes de ser poder soberano, coercitivo, estatal ou explorador. Vamos tomar, em consequência, os aspectos principais em que esse poder-potência se mostra tão presente e inestancável, assim como problemático.
1. Da Europa à sala de estar
Evoquemos, para começar, o modo em que, como diz Gilles Deleuze, as pessoas se percebem a si próprias no Japão: não o fazem partindo de um eu, de minha casa, meu bairro, meu país… mas sim do cosmos, do planeta, do continente… Hoje, no mapa eleitoral europeu, tudo é desalento e apreensão pelo futuro da democracia, exceto nos países do sul: na Grécia, onde o programa de luta dentro da União Europeia (UE) e contra a austeridade, com a candidatura de Tsipras, da Syriza [Coalizão da Esquerda Radical], obteve a maioria e conseguiu reunir consensos no conjunto do país. E, aqui na Espanha, onde tanto a Esquerda Unida (IU) quanto o Podemos, formalmente aliados à legenda da Syriza, se aproximam de 20% dos votos. Tem-se, assim, um dado de tendência importante para a estratégia europeia do Podemos e, em geral, para a estratégia das necessárias revoluções democráticas dentro da UE . Nos demais lugares, onde não tivemos experiências como o 15-M ou os aganaktisménoi [indignados] da Praça Sintagma, em Atenas, tivemos uma continuidade ou um fortalecimento dos partidos da austeridade, ou então a consolidação de forças antieuropeias e xenófobas.
Na Itália, o movimento Cinque Stelle (Cinco Estrelas, M5S), que fez uma campanha marcada pelo catastrofismo antieuropeu, colheu um golpe duríssimo quando tinha apostado pela superação definitiva do Partido Democrático (PD), do premiê Renzi, e além disso tem provado do caminho de sua autodestruição, ao flertar com o xenófobo e antieuropeu Nigel Farage. A campanha do Podemos tem sido bastante prudente, diante da agitação irresponsável de um sentimento antieuropeu, como também foi a da IU (apesar de certas posições no último congresso do Partido Comunista Espanhol, que participa da coligação da IU).
Conclusão provisória: o antieuropeísmo reforça o medo de uma maior instabilidade e legitima o statu quo (caso italiano) ou reforça poderosamente as extremas-direitas. O europeísmo que vê na UE uma batalha comum por democracia, contra a dívida, a austeridade a ditadura tecnofinanceira, se vê fortalecido ali onde existem verdadeiros contrapoderes nas ruas e nas redes. Assim, portanto, não lidar com esse dado seria um erro gravíssimo das orientações do Podemos. Fazer a batalha junto com Tsipras no Parlamento Europeu tem uma importância decisiva para a democracia, o fim da debitocracia e as aspirações democráticas catalãs, bascas e galegas no reino da Espanha. Nesta legislatura europeia, o parlamento está condenado a ter uma importância histórica, tanto por causa do assalto ultradireitista e fascista, quanto pela batalha pela sobrevivência e dignidade que vêm das propostas emancipadoras do sul da UE.
2. Da televisão do regime e das redes
É gostoso escutar e ler as âncoras das TVs ultraconservadoras enquanto se acusam uns aos outros por ter deixado o porta-voz do Podemos, Pablo Iglesias, infiltrar-se pelo universo televisivo. Não é pouca coisa que ele teve mais tempo de presença televisiva do que o candidato Cañete. Simultaneamente, é triste que, do ponto de vista dos partidos da rede, se pretenda explicar o êxito do Podemos pela mera presença televisiva, contrapondo acriticamente a televisão à rede. Apesar disso, os dados de influência e viralidade nas redes demonstram que o Podemos também se impôs nas redes sociais.
Estamos, ao contrário das simplificações, ante um feedback virtuoso entre distintos tipos de redes e processos de rua, que já conhecíamos com o 15-M. Mas não podemos ser ingênuos para não ser paranoicos. O êxito de Pablo Iglesias na televisão se explica, em certa medida, pela bom trato e experiência prévia de Pablo Iglesias, mas é inexplicável sem observar dois fatores: a exigência de “caras televisivas” do protesto no negócio lucrativo das tertúlias [uma mistura de espaços de debate, cafés e um tipo de jornalismo “tertuliano”, pós-15M] e, last but not least, o pacto (implícito ou não, não o sabemos) com uma parte da oligarquia dos meios — Jaume Roures, concretamente — o que proporcionou neste momento decisivo um aval de aceitabilidade à ascensão de Pablo Iglesias e, depois, mais levemente, a aparição pública do Podemos. Em seguida, é preciso ter em conta que, apesar do desconcerto e da contradição entre interesses econômicos e interesses coletivos do regime, se busque a maneira de diminuir ao máximo a presença televisiva de Pablo Iglesias e o Podemos, combinada com as campanhas de destruição da personalidade pública.
Temos aqui um motivo capital para ampliar as estratégias comunicativas de Podemos, os calcanhares de Aquiles da personalização, mas fundamentalmente para integrar no dispositivo os saberes e as práticas tecnopolíticas crescidas com o 15-M e que não se integraram no processo Podemos. Não creio exagerar dizendo que a fortuna da empresa constituinte depende disso. Nenhuma ambição política pode levar a agir como se o sistema-rede que foi o 15-M, e a tecnopolítica que nele se inspira, tivesse sido um episódio efêmero e sem efeitos irreversíveis que afetam e predeterminam o processo dos contrapoderes cidadãos e a forma política da ruptura constituinte.
3. Podemos mais que Podemos nas eleições municipais e das regiões autônomas
As próximas eleições municipais e das regiões autônomas já foram sinalizadas, por distintos lugares, como ocasião para os pactos entre os partidos constituídos, como a IU ou Equo [partido dos verdes], e o processo Podemos. Temos que perguntar-nos se estamos diante de uma questão de sentido comum e realismo político, ou ante uma tentativa reflexa de sobreviver e/ou neutralizar o acontecimento. Apesar disso, não custa muito advertir que, aqui, nos encontramos entre opções excludentes, que dependem de considerações e interesses sumamente díspares. O acontecimento Podemos não fez mais do que estalar. Ainda não demonstrou no que pode dar um processo de desintermediação política radical e controle do processo desde “baixo”, enquanto esse “baixo” se enriquece e se expande transversalmente pela sociedade.
As eleições municipais e das regiões autônomas se prestam à segunda fase do processo Podemos, mas ao mesmo tempo permitem relativizar algumas das invariantes da primeira fase. As principais são:
a) O “efeito Pablo” não é suscetível de dividendos crescentes sine die. Na peleja do espaço político, esquecer a finitude do sujeito, a erosão e vulnerabilidade que levam a refregas constantes, mas também esquecer a necessidade de cumprir razoavelmente com o mandato europeu, contraído nas eleições, pode levar a erros decisivos. Não são necessárias apenas faces, do contrário não teria sentido contrapor um movimento sem rosto a uma política baseada em personagens, como bem ensinam os zapatistas. Mas, ao mesmo tempo, não se pode desprezar a singularidade local e contextual das eleições municipais e das regiões autônomas, em que fatores como o arraigamento, a relação com as lutas locais e movimentos etc são determinantes para decidir os primeiros lugares de uma lista de candidatos, através das primárias. Pablo não vai poder estar em todos os lugares, e terá de contar com as tentativas de apagão televisivo que mencionamos mais acima.
b) O municipalismo é um repertório e uma prática estendidos em muitas cidades e territórios, e parece configurar-se como um terreno de experimentação decisiva para uma síntese constituinte, entre dispositivos de ataque eleitoral e redes de luta e contrapoder cidadão. E em boa medida o potencial de transversalidade do Podemos está nessas sínteses, antes do que na dinâmica dos pactos. O que para o Podemos poderia ser o mais parecido a uma balzaquiana peau de chagrin: tocar o poder para perder vida e energias. Isto é, uma neutralização do processo. Algo tão imaturo em termos de estrutura e funcionamento, como o Podemos, não pode se ver obrigado a dedicar seu tempo a decidir se faz pactos com formas-partido como IU ou Equo, se não quiser sair bem lastimoso. Faz mais sentido combinar a irradiação geral e transversal do acontecimento Podemos com a construção de processos e candidaturas cidadãs radicalmente democráticas e inclusivas das lutas em que, ao mesmo tempo que se sabe estão avalizadas e nutridas pelos participantes no Podemos, cobram no processo aspectos próprios e expressivos de toda a potência política local concatenável.
4. Desbaratar a formação de uma direita mimética e vitimizadora
A dialética amigo-inimigo, que no caso espanhol tende a sobrepor-se à distinção histórica esquerda-direita, pode apresentar uma última ocasião de unidade e predomínio a uma direita nocauteada. Os promotores de Podemos sabem que os processos constituintes recentes na América Latina não só tiveram de inventar formas originais de relação entre movimentos e novas elites de governo, como também tiveram de construir laboriosamente formas de hegemonia transversal, capazes de subtrair o consenso e a obediência das classes médias e populares, diante dos bloqueios oligárquicos.
Mutatis mutandis, a situação se coloca com a mesma intensidade aqui. Um Podemos que não se mostre capaz de incluir o adversário político em seu marco hegemônico (e como tal na subalternidade em que um processo constituinte emancipador inevitavelmente se colocaria) corre o risco de instaurar um processo de reconstituição de uma direita e uma extrema-direita, unidas pelo medo e a reação a um Podemos retratado como o eterno retorno da anti-Espanha. Impedir essa operação está no final das contas fora das possibilidades do Podemos ou qualquer outro grupo. Mas dificultá-la, sabotá-la, neutralizá-la é sim possível — evitando, por assim dizer, “entrar pelo cano”.
5. A busca da “matéria escura” abstencionista
A falta de análise em profundidade sobre a composição do voto de Podemos, se pode afirmar que este teve um grau considerável de transversalidade social: não somente arrebatou muitos votantes do PSOE e da IU, bem como possivelmente votantes voláteis do PP, como também conseguiu absorver da “matéria escura” do abstencionismo pertinaz. Esta era a tarefa a que tinha se proposto do Partido X, com muito maior clareza e antecipação que o Podemos, mas foi manifestamente incapaz de levá-la a cabo com êxito.
Agora, entrar de cabeça no espaço político constituído e em sua política de relações tende a gerar uma representação fixa e separada, em particular de Pablo Iglesias, enquanto mais um da “elite”. O cárcere da representação midiática só pode ser fissurado e demolido pela inteligência dos arranjos de rede, que não se criam ad libitum nem mediante consigna política do líder aclamado. Mas não se pode negar com argumentos e dados que o efeito Pablo Iglesias nas televisões permitiu ativar tipos distintos de abstencionismo e distintas gerações de votantes. De modo que, para o “efeito Pablo”, convém recordar o carpe diem, quam minimum credula postero. E isto se traduz, entre outras coisas, em apartar-se de formatos e tópicos de alianças e coalizões de esquerda, do tipo “frente ampla”, “frente de esquerdas”, que carecem dessa capacidade de afetar e ativar a alma eleitoral da “matéria escura” da abstenção, e inclusive podem permitir aos adversários ativá-la no sentido contrário. O êxito da Syriza [Coalizão da Esquerda Radical] na Grécia é importante, mas pretender reproduzi-lo aqui na Espanha convertendo Pablo Iglesias num improvável Alexis Tsipras revelaria uma miopia política inoperável: as potencialidades de transversalidade do projeto político são muito maiores a curto prazo.
Por outra parte, não é exagerado dizer que Syriza e Tsipras são a única via de escape para evitar uma catástrofe política e social ainda maior na Grécia. Enquanto que o campo político no reino da Espanha deve contar com um pluralismo político e social, que vai mais além do formato cultural e político da esquerda. É algo que devemos ao acontecimento 15-M, não tem nada de casual nem de tópico político-cultural. A primeira expedição à matéria escura foi precisamente esse 15-M, e Podemos não é, teorias da hegemonia e personalização com um rosto à parte, nada senão efeito diferido, uma histerese desse acontecimento sobre o plano eleitoral, uma fissura incolmatável a curto prazo na muralha da China do sistema constitucional de partidos.
6. Lembrar Robert Michels
Uma semana depois, a onda expansiva ainda não terminou. Ainda não se sabe se os danos ao edifício do regime de 1978 [a monarquia constitucional espanhola pós-ditadura franquista] chegaram a afetar pilares, que obriguem os interessados com instinto de sobrevivência a declarar a ruína iminente do edifício constitucional e aceitar explicitamente as próximas eleições gerais como eleições constituintes. Disto nos alegramos sem ressalvas. No mundo ativista, têm sido muitíssimas as pessoas que apoiaram e/ou se somaram a Podemos, partindo de um pressuposto clássico: o que necessita o povo, necessitam os subalternos. Quer dizer, nem tanto uma projeção das próprias convicções políticas mais íntimas, senão de um raciocínio característico das elites políticas do protesto, quando tratam de colocar-se no lugar daqueles que menos sabem, que menos tempo têm, e presumivelmente menos empoderados estão: façamos “como se” necessitássemos de um líder carismático, façamos “como se” a simplificação extrema dos problemas resolvesse a questão do empoderamento e da auto-organização social e política dos subalternos antes e depois de ganhar as eleições.
O paradoxo consiste em que tais crenças se convertem numa força material e produzem efeitos bastante limitados de alegria coletiva e, enfim, de empoderamento, quando uma falsa projeção imaginaria num ator televisivo gerando uma transferência de possibilidade e poder coletivo. Agora são muitos se precipitando a demonstrar que o populismo da “cadeia equivalente” e do “significante (Pablo) flutuante” era o ovo de Colombo de que ninguém tinha alertado. Mas esquecemos que o 15-M praticava outro tipo de populismo, o das “máscaras” para escapar da categorização e neutralização, mediante uma política de relação entre identidades fixas e previsíveis. E, se prescindimos das performances televisivas de Pablo Iglesias, Podemos e seu “falar popular” não são outra coisa que não máscara de máscaras para inserir-se no centro do mundo da representação dominante (midiática e política). Uma máscara transicional. Que resulta indistinguível e inseparável do metamorfismo subjetivo e organizativo que experimentaram as redes de redes posteriores ao 15-M, em extensão e intensidade de mal-estar e do desejo de mudança real.
Dito de outra maneira: se há algo que experimentar daqui por diante, não é uma reprodução adaptada dos processos populistas latino-americanos (que, por certo, se encontram numa crise de sustentabilidade de gravíssimas consequências continentais), mas sim em todo caso um populismo plebeu, distribuído e suscetível de criar um ou vários sistemas-rede, de ser a chave-mestra da construção dos círculos territoriais, mas também do fora organizativo de Podemos. Fora deste esquema, pesa sobre nossas cabeças a maldição de Weber e Michels, isto é, a que vê, em primeiro lugar, a dialética do reconhecimento entre líder carismático e seguidores [Anhänger] derivar numa Veralltäglichung, o que poderia ser traduzido como uma “cotidianização”, que tende a dar espaço a um carisma institucionalizado, administrativo e quase ritual, que corresponde de maneira precisa à modalidade do “carisma televisivo”, que tanta importância teve na irrupção do Podemos, mas que não se explica sem essa estranha aliança que permitiu que tenha acontecido, por assim dizer, “Pablo até na sopa”; mas também a que cai sob o domínio, em segundo lugar, da dita “lei de ferro da oligarquia” formulada por Michels e que, sem dúvida, está caracterizando o devir de novos governos latino-americanos, interrompendo os circuitos de agonismo e cooperação tão necessários para a transformação do estado e a vitalidade do chamado “poder popular”.
No caso da promotora de Podemos, este perigo é, mais além das belas almas e adulações irresponsáveis, um problema sério de que seguramente estão conscientes, mas que nenhuma confiança beata de que “a nós não sucederá” pode estar em condições de evitar. Não faz tanto tempo que ouvimos um “não falhe conosco” para reiterá-lo agora, sobretudo numa crise terminal de regime.
A grande vantagem da nossa situação é que, graças ao espessamento da mutação tecnopolítica criada pelo 15-M, se pode ganhar com um povo/plebe distribuído e empoderado e um ou mais líderes carismáticos desempoderados, porque seu papel, finito, transicional, é o de fazer aríetes decisivos para derrubar o muro de cristal deformador da representação. Limitando-se, como diz o próprio Pablo Iglesias, a “mandar obedecendo”.
—
Raúl Sánchez, tradutor, participa da rede Universidad Nómada (Espanha)
Tradutor: Bruno Cava.
Ver também:
Europa, está em jogo a democracia, 1/5/14
Cinco ideias sobre Podemos, 30/4/14