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Porque votamos #Marina18

Barbara Szaniecki 

1. A história pessoal de Marina se confunde com aquela de milhões de brasileiras e brasileiras. Nascida na pobreza, trabalhando na infância como seringueira e na adolescência como empregada doméstica, só pôde estudar mais tarde e com muito sacrifício. Nesse percurso, teve de enfrentar doenças relacionadas à falta de infra-estrutura. Sua origem humilde a tornou mestra em superação o que faz dela a representante mais legítima da população brasileira. É a sua cara, é a sua voz.

2. Essa superação se deu, como para boa parte da gente brasileira, com base na religião e na política. Pensou em ser freira mas acabou atuando como liderança sindical. Com Chico Mendes, participou dos “empates” como são chamados as barreiras com os próprios corpos para impedir a derrubada da floresta e o avanço do gado. Coragem é pouco para definir essa mulher negra, pobre, batalhadora. Em sua caminhada, articulou floresta ou campo e as cidades e, sobretudo, lutas comunitárias e a política institucional.

3. Marina tem uma longa e sólida experiência política validada pelo voto. Fundou a CUT do Acre em 1985 e filiou-se ao PT em 1986. Na sequência, foi eleita vereadora, deputada estadual e senadora duas vezes. Em 2002 foi nomeada Ministra do Meio Ambiente mas em 2008 deixou o governo por divergências com os rumos adotados. Em 2010, candidatou-se pela primeira vez à Presidência da República.

4. Nas eleições de 2014, procurando abrir uma brecha na disputa sempre mais polarizada entre PT e PSDB, Marina foi alvo de propaganda mentirosa dentro de um jogo político perverso. Se é fato que “esquerda” e “direita” tem valores e prioridades distintas, na prática os valores e prioridades vinham sendo invertidos. Marina foi descaradamente acusada daquilo que o próprio governo estavam fazendo. E algumas mentira “colaram”.

5. As mentiras “colaram” com base em preconceitos. Formada na Teologia da Libertação, Marina se tornou evangélica mas, ao longo de sua vida, sempre soube distinguir sua fé religiosa de sua atuação política e, assim, sempre foi clara com relação a separação entre Igreja e Estado. Enquanto Marina era atacada, o PT inaugurava templos evangélicos e governava com a Bancada da Bíblia. Marina respeita profundamente a diversidade religiosa.

6. A bancada ruralista também tem seu papel na desconstrução de Marina. Ela conhece suas lutas pela preservação da floresta e contra licenciamentos irresponsáveis. No período em que foi Ministra do Meio Ambiente lançou os pilares no Brasil de proteção das populações tradicionais apoiando geração de renda e a preservação da floresta como possibilidade real, incentivando os negócios de base comunitária e o manejo sustentável. Entrando em choque com a bancada do boi entre outros interesses predatórios, não hesitou em deixar seu cargo mostrando ética e firmeza em relação aos seu propósitos.

7. Junto com a Bancada do Boi, vem a Bancada da Bala. O Brasil tem amplas fronteiras que tornam extremamente difícil o controle das armas. Essas, por sua vez, encontram terreno fértil para uma ampla circulação num contexto de grande desigualdade social e de polarização política. É preciso voltar a discutir a discriminalização das drogas e uma segurança pública que seja acompanhada de políticas sociais.

8. Ao final das eleições de 2014, Marina anunciou o seu apoio a Aécio Neves e recentemente fez sua autocrítica. Reconhecer os erros é uma de suas grandes virtudes. Em 2016, Marina se posicionou claramente a favor da cassação da chapa Dilma-Temer. Já o PT barrou esse possibilidade em duas ocasiões e segue fazendo seu discurso contra o “golpe” enquanto costura alianças com o PMDB pelo país.

9. Marina tem uma posição firme contra a corrupção. Não adere a um punitivismo sem limites nem à judicialização da politica mas tem a consciência de que acobertar o fenômeno só faz aprofundar a desigualdade no pais. Se é fato que a corrupção abrange o sistema por inteiro e não apenas um partido, é preciso que ela seja combatida com perseverança a nível partidário e pessoal para que os recursos retornem à população. Com Marina, não há “rouba mas faz”.

10. Por ter enfrentado a doença, Marina tem um forte compromisso com a saúde. Para essa luta, conta com o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge. Autor de leis que regulamentam os medicamentos genéricos e os recursos para o SUS, ele valoriza a saúde da mulher e é decididamente a favor da descriminalização do aborto. Marina sugere um plebiscito para decidir junto com a sociedade. Do Partido Verde Eduardo Jorge é o vice de Marina e vai de Bancada da Saúde.

11. E também por ter enfrentado o analfabetismo que Marina tem um forte compromisso com a educação. Após sua alfabetização tardia, cursou História e formou-se pela Universidade do Acre. Em seguida, fez especializações em teoria psicanalítica e em psicopedagogia. Marina é daquelas professoras que nunca deixaram de estudar. Sempre com livros na mão, com grande erudição, sua bancada é a Bancada da Educação, desde o ensino básico até o superior.

12. Trabalhadora desde a infância, Marina conhece a dureza da vida da maioria dos brasileiros. Sabe dos desafios da retomada econômica e da necessidade de reformas mas não abre mão da justiça social. Seu compromisso é com os direitos dos trabalhadores. Para isso, acompanha com afinco as reformas em curso e os debates acerca dos novas formas de geração de renda e cidadania.

13. Marina tem uma militância ambientalista marcada pela sua vivência pessoal. Nunca poupou esforços para reduzir o desmatamento e defender a biodiversidade brasileira. Enquanto o governo do PT, com a descoberta do pré-sal, retornou a uma economia centrada no petróleo suscetível a crises, Marina seguiu defendendo energias renováveis necessárias a um desenvolvimento sustentável e recebeu da ONU o maior prêmio da ONU na área ambiental. Marina traz da floresta a sabedoria ecosistêmica e pretende levá-la para a gestão pública.

14. Alguns duvidam de sua capacidade de governar, dizem que Marina é fraca. É fato que o sistema político brasileiro exige habilidade para estabelecer alianças e garantir a governabilidade. No Brasil, o presidencialismo de coalizão apresenta problemas que são agravados pela longa permanência no poder. Marina propõe o fim da reeleição no executivo e o limite de mandatos no Executivo. Sua candidatura abre a possibilidade de uma política de ocupação temporária, em suma, uma política de todos nós, cidadãos.

15. Para além de uma governabilidade baseada em alianças partidárias, Marina aposta numa política de proximidade e de participação da população. É para todos nós e é, sobretudo, COM todos nós que Marina pretende governar. Sabe o que ocorre quando se agarra ao poder e se afasta da população e, portanto, nos convida a criar com ela, sempre juntos, outras práticas políticas. Política implica saber jogar. Alguns confundem força com falar grosso, Marina quer jogar com a gente. É em nós que reside e resiste a sua força.

16. É por conta dessa força que Marina vem sendo o alvo privilegiado no seio de uma estratégia de polarização. Essa estratégia, agora adotada desde o 1o turno, segue sem solução e só agrava a situação do país. A rejeição à Marina é baseada em preconceitos perseverantes na sociedade e é covardemente trabalhada a nível eleitoral. Marina é mãe de quatro filhos, é mulher, é negra mas é muito mais: ela é a expressão de todas as belezas e sutilezas brasileiras. Todas as formas de amor valem a pena. Marina é a cara e a voz de um Brasil das diferenças e de uma política das minorias.

17. Marina tem em seu currículo prêmios de várias organizações e é, entre os candidatos, aquela com maior circulação internacional. Ela consta na lista das 50 pessoas que podem salvar o planeta por conta de sua política de paz entre as pessoas e entre as pessoas e a natureza. Mas isso não é tudo. Depois de um ciclo virtuoso, o Brasil se encontra com uma imagem arranhada em vários aspectos: econômico, política e social. Marina é fundamental para mostrar ao mundo que podemos, mais uma vez, superar essa situação.

18. Depois de uma série de campanhas presidenciáveis onde somos pressionados pelo voto útil diante de uma polarização crescente quando não massacrados por resistir junto com uma candidata que deseja semear uma nova política, apostar em Marina e Eduardo Jorge é uma ato de liberdade!
Favor não confundir voto com devoção. Em cada um desses 18 pontos, haverá muita luta, saiba disso! Marina é a única candidata que não faz promessa. Ela diz, olho no olho, vamos nessa?

#ElaSim #ViraMarina #Marina18 #EduardoJorgeVice

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